0 nome do segundo filho, Abel, é declarado, sem mencionar quem o atribuiu ao bebê, e sem detalhes sobre seu significado, talvez porque não fosse necessário. Abel é o substantivo hebel, geralmente usado em Eclesiastes, e traduzido por “vaidade”. (NVI traduziu o termo por “inutilidade”, ex., Ec 1.2).
Contudo, seu sentido indireto é “vapor”, “neblina”, ou “respiração”, indicando temporalidade ou brevidade. Sua extensão metafórica não pode ser “vaidade”, “inutilidade”, pois nossa respiração não representa uma vaidade inútil! Aqui, bem como em Eclesiastes, deveriamos ler hebel (“Abel”), como algo muito “breve”, ou um termo parecido, talvez sugerindo uma pré-ciência por parte dos pais em relação ao seu destino.
Inaugurando o arranjo quiástico acima citado (Por Trás do Texto), o autor mencionou primeiro a profissão de Abel, e depois de Caim. Fretheim sugere que talvez isso esteja relacionado à questão da primogenitude (1994, p. 372). Juntos, os irmãos desenvolviam o mandato edênico, entregue antes ao pai (2.15). Abel era um rõ 'êh sõ ’n, um pastor de ovelhas e cabras. Nesse con- texto, podemos compreender o sentido de rõ 'êh como um sinônimo de sõmêr, ou seja, vigiar/manter/guardar a terra e seus habitantes não humanos. Cumprindo a outra ordenança entregue ao seu pai, Caim era um ’õbêd' ãdãmâ, um agricultor (lit.:“servo/serviçal”) do solo.