E Adão conheceu Eva, sua esposa. Um eufemismo, ou expressão modesta do ato de coalizão, do ato sexual. A grande discussão vem girando em torno do local; se no Jardim ou não, eles tiveram filhos. Desse modo, ha quem indique que Caim e Abel vieram ainda no Edem, de outra forma não teriam observado o mandamento, "sejam frutíferos e se multipliquem": mas se Adão tivesse gerado filhos em um estado de inocência, eles seriam livres do pecado e não contaminados pela corrupção. Já de acordo com Teodósio, o fato teria acontecido trinta anos depois ele foi expulso do paraíso:
E ela concebeu e deu à luz Caim; da maneira como as mulheres costumam fazer desde então, já com as dores de parto. Não se diz se esse nome foi dado por ela ao seu primogênito, ou por seu marido, ou ambos: parece ter sido dado por ela, pelo motivo depois de atribuído.
O verbo conheceu (yãda'), no original, se refere à intimidade sexual. Esse termo aparece 956 vezes na Bíblia hebraica, mas somente oito por cento, aproximadamente, ilustra relação sexual. A tradução do termo para o português “conheceu”, deve vir acompanhada de uma explicação.
E disse, isto é, Eva disse após o nascimento de seu primogênito: Eu consegui um homem do Senhor; como um presente e bênção dele, como as crianças são; ou por ele, por seu favor e boa vontade; e através de sua bênção sobre ela, fazendo-a conceber, dar à luz e dar à luz um filho.
Caim, que significa uma possessão ou herança; ele provou não apenas ser um mero homem, mas também um homem muito ruim: o Targum de Jônatas favorece esse sentido, tornando as palavras: "Eu consegui um homem, o anjo do Senhor".
O substantivo qayin (Caim) ocorre também em 2 Sm 21.16, e provavelmente significa “lança” (algo confeccionado a partir de metal). A maioria dos estudiosos acreditam que o nome Caim {qayin) seja derivado da raiz qin, e creem que esse termo possa ser um cognato do árabe qyn, ou seja, confeccionar algo de bronze ou ferro. Uma possível prova para essa derivação de palavras ocorre com o nome de um descendente de Caim, Tubalcaim; Gn 4.22 identifica Tubalcaim como o mestre daqueles que fabricavam artefatos de bronze e ferro (veja Hamilton, 1990, p. 220).
O verbo empregado na explicação de Eva, fiz, deriva da raiz qnh (“obter”, “ter”). A maioria dos exegetas e tradutores classificam esse discurso como uma etimologia popular, e traduzem as palavras de Eva por: “Adquiri [tive] um homem de Yahweh”. Entretanto, a preposição ‘et normalmente não significa “de”, eviria precedida por me, embora Hamilton tenha encontrado um exemplo do termo usado sem o prefixo me (Gn 49.25), e citou uma frase acadiana, shamu itti (“comprar de”), para apoiar o emprego da preposição “de” (1990, p. 221), como termo traduzido. Ele traduziu essa frase da seguinte maneira: “Eu adquiri um homem de Yahweh” (p. 218).