6 Então, vendo a mulher que a árvore era boa para dela comer, agradável aos olhos e desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu e deu dele a seu marido, que também comeu.

תֵּרֶא: (Vatere, e Vendo) essa é a expressão usada pra descrever Eva observando a árvore. A raiz dessa palavra vem do verbo Ra'ah e quer dizer: ver, enxergar; entender; observar. A mulher, e talvez o homem ao lado dela, viu que a árvo­re parecia agradável ao paladar [“fisicamente apetitosa”], algo atraente aos olhos [“esteticamente encantadora”] e a árvore era desejável para tornar-se prudente (“transformadora da sapiência”, Trible, 1978, p. 112).

Percebemos que essa árvore se destacou das demais, como algo atraente aos olhos, devido à promessa da serpente (v. 5), de que seus olhos seriam “abertos” se comessem aquele fruto.

As duas primeiras qualidades descreviam praticamente todos os frutos das árvores do jardim; esse fruto em específico não era inferior aos outros, mas provavelmente igual aos demais. A terceira qualidade é descrita com o emprego de uma raiz mais forte e convincente, desejável {hâmad), do que o segundo termo atraente ( ’ãwâ); o que o casal realmente almejava era o conhecimento do bem e do mal (ou, conforme imaginavam, a sabedoria).

A raiz traduzida aqui como prudente {‘sãkal) não corresponde à raiz bíblica geralmente empregada para designar sabedoria divina (hãkam). Pode-se traduzir, ela tomou o fruto e o comeu, e também deu ao seu marido, e este comeu; essa parte compreende apenas oito palavras hebraicas, sendo quatro verbos. Após expor a escolha da mulher, o autor deixa claro que não há ambiguidade, indecisão ou possibilidade de sucesso quando o casal se acusou reciprocamente. Os quatro verbos anulam todos os argumentos de defesa e desculpas: ela tomou; comeu; deu; ele comeu.