O normal justamente não é ele admitir imediatamente um pecado e enfrentar as consequências; o normal é ele se esconder; isso sempre será assim. Porém, quando é confrontado e interrogado, ele tenta se defender.
O ser humano confrontado com sua infração por Deus recebe, durante o interrogatório, um espaço de liberdade em que, ainda nesse momento, pode se defender. Deus ainda concede àquele que cometeu a transgressão a liberdade de dizer tudo o que poderia contribuir para seu desagravo, porque só assim ele poderá reconhecer, no final, a sentença.
A intenção é que ele próprio apresente as “circunstâncias atenuantes” para que possam então ser ponderadas. Aquilo que o homem e a mulher alegam em sua defesa confere e é preciso primeiro reconhecê-lo. Quando o ser humano, em sua defesa, chega até mesmo a voltar-se de modo comedido contra Deus:
“[...] aquela que me deste”, até mesmo essa “acusação de Deus” por ele insinuada é possível e tolerada, para que o acusado tenha o amplo direito de defesa que lhe cabe. Sobretudo tal atitude mostra como procurar erros no outro, e não em nós mesmo, é uma atitude herdada de nosso pai (Adão), ainda no ambiente da Criação.