17 mas não comerás da árvore do conhecimento do bem e do mal; porque no dia em que dela comeres, com certeza morrerás.

A árvore do conhecimento do bem e do mal (heb., “ árvore do conhecimento, bem e mal”, o que significa que ela incluía todo conhecimento) foi proibida ao homem, porque ela o destruiria. Co­mo pode acontecer o conhecimento des­truir o homem?

Freqüentemente, o homem modemo é inclinado a pensar que o conhecimento (cultura) resolverá os seus problemas. Contudo, com toda a cultura que a nossa geração obteve, não somos, na maioria, tão realizados quanto os nossos antepassados.

Gênesis está dizen­do que quando a busca do conhecimento substitui a confiança na palavra de Deus, o naufrágio é inevitável. O conhecimen­to, que é potencialmente bom, destruirá o homem que não tem a fé, para enten­dê-lo ou direcioná-lo.

Não com a dela ... Esta proibição singular (cf. 1.29) confronta os humanos com a norma do Criador. A árvore é boa, porém pertence exclusivamente a Deus. Pecado consiste num alcance ilícito de incredulidade, uma afirmação da autonomia humana de conhecer a moralidade à parte de Deus. A criatura deve viver pela fé na palavra de Deus, não por uma auto-suficiência professa de conhecimento (Dt 8.3; Sl 19.7-9; Ez 28.6, 15-17).

A conjunção hebraica inicial vav, traduzida por contudo, tem a função de estabelecer um contraste entre essa proibição e a farta provisão que lhe foi dada no versículo precedente. A repetição da árvore ao final da primeira oração era a confirmação de que não haveria erros ou desculpas a respeito da árvore, objeto de proibição.

As duas construções verbais são idênticas em sua sintaxe: comer, você poderá comer (v. 16) e morrer, certamente morrerá (v. 17). Deus, porém, professou de fato uma (e somente uma) proibição, junto com inúmeras provisões. Primeiro, podemos cogitar o que significa o conhecimento do bem e do mal. O próprio texto vai além em sua discussão. Alguns acreditam que o tema esteja relacionado ao bem e ao mal sob uma perspectiva moral, ou à vida pecadora ou sem pecados.

Outros, tanto em tempos antigos como atualmente, associam o conhecimento do bem e do mal à experiência sexual. Outros ainda julgam que o termo faz referência ao conhecimento onipotente, em geral atribuído a Deus, interpretando o bem e o mal como uma hendíade, um modo de referir-se a “tudo”, citando opostos.

Todavia, esse ponto de vista não parece estar em conformidade com a afirmação de Deus: “O [’ãdãm] se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal” (Gn 3.22). Deus certamente não quis dizer que os homens eram agora possuidores de conhecimento onisciente. Vejamos o que diz John Wesley quando comenta sobre a Arvore do Conhecimento:

Havia a árvore do conhecimento do bem e do mal - assim chamada, não porque possuísse qualquer virtude que pudesse gerar conhecimento útil, m as porque havia um a revelação expressa da vontade de Deus em relação a essa árvore; por meio dela, o homem poderia conhecer o bem e o mal. O que é bom? É bom não comer nada dessa árvore; o que é o mal? Comer dessa árvore. A distinção entre a m oral do bem e do mal estava escrita no coração do homem; m as esse aspecto, resultante de um a lei positiva, estava escrito sobre aquela árvore. E Adão acabou experimentando o conhecimento do bem, por meio da perda do [bem] e do [mal] porque passou a senti-lo (Wesley, 1975, p.12).