Consubstanciando todo patrimônio que o Patriarca acumula no Egito, Sara deveria ter permanecido nos rituais de preparação por alguns meses, quase um ano. Doutra sorte Faraó estancaria seus favores ao desconhecido peregrino. De algum modo ficamos de mãos atadas sobre esse prazo dentro da casa do Egípcio.
Todas as informações sobre a viagem de “Harã a Canaã” e de “Canaã até o Egito” são registradas em apenas alguns versículos do capitulo 12 do livro de Gêneses. Fora isso, resta-nos também as complicações quanto a cronologia textual e o tempo de permanência em cada um dos Eventos Bíblicos.
Quando Abraão chega ao Egito ele já administra certa riqueza. Fora isso, prestes a ser inserido ao rol de parentesco de Faraó abre-se lhe ainda mais as oportunidades. Como futuro cunhado do Rei, Abraão é tratado com favor pelo mandatário egípcio e suas possessões materiais, como também seu prestigio vão crescendo notadamente.
Abrão agora é um notório proprietário de todas sorte de animais domesticados (que eram a mais visível e melhor forma de manifestação patrimonial da época). Como meios de administrar melhor sua criação, Abraão compra muitos escravos e escravas. "E era Abrão muito rico em gado, em prata e em ouro." (Gênesis 13 : 2).
Mas ainda assim, não devemos desviar do fato de que grandes partes das riquezas de Abraão se devem aos generosos presentes dados por Faraó. Alguns interpretes Judeus sugerem que mesmo as portas do patrimônio pessoal do Rei foram vistas por Abraão. Faraó mostra seus tesouros e se mostra generoso à Sara e Abraão que, eventualmente recebe concessão de terras, propriedades e gados e camelos, como sugere Pirke Eliezar.
Outros pontos são surpreendentes. (1) Fontes confiáveis como a do próprio Josefo coloca que grande parte de riqueza de Abraão teria vindo de seu ensino no Egito. Segundo ele, Abraão lecionava artes e ciências no Egito. O enredo criado em torno do Peregrino vai muito mais além... Chega ser fictíssimos:
Alguns contos antigos sugerem que Abraão teria sido perseguido por Ninrode e foi lançado numa fornalha de fogo, embora tivesse sido livrado por um milagre. Os comentaristas sugerem certo domínio de Abraão com a Astrologia. O patriarca teria levado astrologia da Caldéia para o ocidente e lecionado tais praticas entre os egípcios. Mas isso é muito vago, pouco consubstancial. O próprio Josefo duvidava dessas coisas. Certo é que ao sair da terra de Faraó, Abraão possuía todas aquelas coisas pelas quais eram aquilatadas as riquezas no mundo antigo: gados, camelos, servos, escravos e possessões.
- Fosefo Flavio, Hebreus – História: CPAD, Rio de Janeiro, 26° Impressão