Pisom. Sua identidade é problemática. Havilá está na Arábia; e assim Pisom seria identificado com a Arábia, possivelmente o Golfo Pérsico. Em conformidade com Gênesis 10.8, Cuxe estaria no Irã ocidental. Os v. 11 ao 14 citam os nomes e descrevem esses quatro rios. Mas sobre o primeiro, Pisom, sabemos que indica algo similar a “esguicho”. Não há nenhum rio conhecido por esse nome, tanto na antiguidade como nos dias atuais. Entretanto, foi relatado que ele percorre toda a terra de Havilá, como visto.
As opções que temos é observar a raiz da palavra. Dessa forma vemos as traduções bíblicas inglesas KJV (“circula”) e NASB e NRSV (“flui ao redor de”) representam outra leitura do particípio hebraico sõbéb, porque, em outros contextos, ele geralmente significa “rodear/ao redor”. Esse rio, porém, não cercava toda uma região, mas somente passava por ela, assim como a maioria dos rios. Havilá é descrito como o segundo filho de Cuxe, em Gn 10.7; visto que a terra de Cuxe também é mencionada em nosso texto (2.13), discutiremos a seguir sobre o assunto.
Relatar a existência de ouro (v. 11) é normalmente aceitável em um texto, mas o comentário editorial o ouro daquela terra é excelente (v. 12) é bem intrigante. Ouro é ouro. Cassuto sugere que esse comentário do autor talvez represente uma refutação indireta das lendas sobre a existência de ouro, outros metais e pedras preciosas crescendo como se fossem frutos, na Árvore da Vida:
Não, isso não! A Torá afirma que esses são produtos naturais existentes no solo, disponíveis para o uso dos homens, onde quer que se encontrem (1961, P· 119).
Há inúmeras sugestões de identificação para bédõlah (bdélio) e sõham (“ônix”) na terra de Havilá. A Septuaginta traduz “rubi”; outra sugestão é o termo “pérolas” (NVI). Resina aromática é outra possibilidade; essas resinas provinham da seiva seca de vários arbustos e árvores do Oriente Médio, e algumas delas eram usadas como ingredientes farmacêuticos. Ficaram conhecidas como bédõlah porque sua cor era similar à da pedra preciosa. Sõham pode ser interpretada como ônix; Speiser propôs outra tradução:
lápis-lazúli (1964, p.17).
No entanto sabemos que essas duas identificações permanecem no âmbito da especulação.