É incrível, mas toda essa vasta região, que até a guerra dos seis dias de 1967 em Israel, representava mais da metade do território geográfico de Israel, é de fato um imenso deserto. Na verdade são cerca de 60% do território de Israel. A escolha de Abraão pela rota sugere que eventos extraordinários seriam necessários para manter vivas suas criações de gado vacum e ovino.
Sem remanescentes de água, a transição por todo deserto seria impossível. O solo é extremamente rochoso, dificultando muito a agricultura na região e o rejuvenescimento da relva. Manter uma profissão pastoril sem uma intervenção do alto tornaria uma tarefa ainda mais difícil, pra não dizer impossível.
Parte do segredo que envolve a agricultura em regiões como o Neguebe eram as torrentes esporádicas que cortavam o território. Essas torrente são frequentemente chamadas de “wadi”. São águas ligeiras que se manifestam somente na época das chuvas, permanecendo seco o seu leito por quase dois terços do ano. Existem muitos deles na Palestina, como nos casos dos Ribeiros de: “Pisom, Querite, Gaás, Sorec e Caná”. Mas com tanta seca, é pouco provável que tais “wadis” regassem a terra ou dessem sustentações às pastagens da região.
Além de depender muito dessas águas para regar o solo, a região não pode sobreviver com tanta seca. A canção do cântico de romagem no Salmo 126.4 nos mostra esse quadro: Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as Torrentes do Neguebe.