Ainda em tempo, o dilema entre Davi e Absalão, foge nas linhas do Salmo anterior. Vendo-se justo, ou pelo menos justificado, em sua relação com Deus, ele se volta repreendendo aqueles que desprezam; a saber, aos partidários de Absolom. Pode ser que Davi fala a homens que estão perdidos na multidão, e que seguem os demais pelo grito enraivecido do todo.
Neste e no Salmo anterior, Davi faz tão pouca menção a seu filho degenerado quanto ao rei iludido nos Salmos pertencentes ao período de sua perseguição por Saul. O endereço é direcionado ao partido aristocrático, cuja ferramenta Absolão se tornou.
"até quando" ou seja, quanto tempo meu a honra se torna uma zombaria. A idéia parece suportar o fato de que grandes feitos do passados são convertidos em vexames no presente. Dilemas existenciais, vacilos, tropeços e quedas e afins parece ter mais poder do que extraordinários feitos. Como resposta Davi não invoca Deus em vão, mas encontra uma audiência pronta. Seu empreendimento, consequentemente, contraria a vontade milagrosamente evidenciada de Deus e deve falhar em razão do relacionamento amoroso em que o destronado e degradado se coloca diante de Deus. Davi parece saber ser o vilão no conceito popular, para Absalão nada lhe resta, a não ser se valer do descrédito populacional de seu pai.
Ou "uma mentira". Aquilo que falha e engana, como a mentira faz: e assim foram todos os conselhos e desígnios dos grandes homens de Israel contra Davi. Tudo isso somado a colocação de Absalão no trono, no qual seus corações estavam assentados; e tal era a imaginação vã dos judeus, com os quais eles se agradaram.