A pesca maravilhosa
Os primeiros discípulos
Mt 4.18-25; Mc 1.16-20
1.
Certa vez, às margens do lago de Genesaré, quando a multidão se comprimia junto a Jesus para ouvir a palavra de Deus,
2.
ele viu dois barcos junto à praia do lago; os pescadores haviam desembarcado e estavam lavando as redes.
3.
Entrando ele num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e, sentando-se, do barco ensinava as multidões.
4.
Quando acabou de falar, disse a Simão: Vai mais para dentro do lago; e lançai as vossas redes para a pesca.
5.
Simão disse: Mestre, trabalhamos a noite toda e nada pescamos; mas, por causa da tua palavra, lançarei as redes.
6.
Feito isso, apanharam uma grande quantidade de peixes, tantos que as redes começaram a se romper.
7.
Acenaram então aos companheiros que estavam no outro barco, para virem ajudá-los. Eles foram e encheram ambos os barcos, tanto que quase iam a pique.
8.
Ao ver isso, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador.
9.
Pois, com a pesca que haviam feito, a admiração tomara conta dele e de todos os que o acompanhavam,
10.
bem como de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão. Jesus disse a Simão: Não temas; de agora em diante serás pescador de homens.
11.
E, depois de levar os barcos para a terra, eles deixaram tudo e o seguiram.
A cura de um leproso
Mt 8.1-4; Mc 1.40-45
12.
Quando ele estava numa das cidades, apareceu um homem tomado pela lepra, que, vendo Jesus, prostrou-se com o rosto em terra e suplicou-lhe: Senhor, se quiseres, podes purificar-me.
13.
Jesus estendeu a mão e o tocou, dizendo: Quero; fica purificado. No mesmo instante, a lepra desapareceu.
14.
Ele então lhe ordenou que a ninguém contasse isso e disse-lhe: Mas vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para que isso lhes sirva de testemunho.
15.
A sua fama, porém, se espalhava cada vez mais, e grandes multidões se ajuntavam para ouvi-lo e serem curadas de suas doenças.
16.
Mas ele se retirava para lugares desertos, e ali orava.
O paralítico de Cafarnaum
Mt 9.1-8; Mc 2.1-12
17.
Um dia, enquanto ele estava ensinando, encontravam-se fariseus e doutores da lei sentados ao redor, que tinham vindo de todos os povoados da Galileia e da Judeia, e de Jerusalém; e o poder do Senhor estava com ele para curar.
18.
Então alguns homens, trazendo um paralítico em uma maca, tentavam levá-lo para dentro e colocá-lo diante de Jesus.
19.
Mas, não achando por onde o pudessem levar para dentro por causa da multidão, subiram ao terraço e o baixaram na maca por meio de uma passagem até o meio da multidão, diante de Jesus.
20.
E vendo-lhes a fé, Jesus disse: Homem, os teus pecados estão perdoados.
21.
Então os escribas e os fariseus começaram a pensar: Quem é este que profere blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, a não ser Deus?
22.
Percebendo, porém, os seus pensamentos, Jesus lhes perguntou: Por que pensais assim no coração?
23.
O que é mais fácil dizer? Os teus pecados estão perdoados; ou: Levanta-te e anda?
24.
Mas, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse ao paralítico), eu te digo: Levanta-te, pega a tua maca e vai para casa.
25.
Imediatamente ele se levantou diante deles, pegou a maca em que estivera deitado e foi para casa, glorificando a Deus.
26.
E, maravilhados, todos glorificavam a Deus; e, cheios de temor, diziam: Hoje vimos coisas extraordinárias.
O chamado de Levi
Mt 9.9-13; Mc 2.13-17
27.
Depois disso, ele saiu e, vendo um publicano chamado Levi, sentado na coletoria, disse-lhe: Segue-me.
28.
Ele, deixando tudo, levantou-se e o seguiu.
29.
E Levi ofereceu-lhe um rico banquete em sua casa; e estavam com eles à mesa um grande número de publicanos e outras pessoas.
30.
Os fariseus e seus escribas criticavam os discípulos, perguntando: Por que comeis e bebeis com publicanos e pecadores?
31.
Jesus lhes respondeu: Os sãos não precisam de médico, mas sim os doentes;
32.
eu não vim chamar os justos ao arrependimento, mas os pecadores.
A questão do jejum
Mt 9.14-17; Mc 2.18-22
33.
E disseram-lhe: Os discípulos de João jejuam com frequência e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os teus estão sempre comendo e bebendo.
34.
Jesus lhes respondeu: Acaso podeis fazer jejuar os convidados para o casamento enquanto o noivo está com eles?
35.
Mas chegarão os dias em que o noivo lhes será tirado; naqueles dias jejuarão.
36.
Então lhes contou uma parábola: Ninguém toma um pedaço de roupa nova para o costurar em roupa velha; se fizer isso, não somente rasgará a roupa nova, como também o pedaço da roupa nova não se ajustará à roupa velha.
37.
E ninguém põe vinho novo em recipiente de couro velho; porque o vinho novo romperá o recipiente de couro e se derramará, e o recipiente de couro se perderá;
38.
mas põe-se vinho novo em recipiente de couro novo.
39.
E ninguém, depois de beber o vinho velho, quer o novo, pois diz: O vinho velho é melhor.