Os midianitas dominam Israel Jz 5: 1 – 10
Os midianitas dominam Israel. Como é cotidianamente percebido em todo livro de Juízes, para cada nova apostasia, temos uma punição através de uma opressão; desta vez de Midiã. Os midianitas estavam entre os mais antigos e inveterados dos inimigos de Israel. Foram eles que haviam se juntado aos moabitas para seduzir Israel à idolatria e quase foram extirpados por eles; Números 31:1-12. A rixa entre eles não é nova e descende de um tempo antigo.
Os midianitas moravam nas fronteiras orientais do Mar Morto, e sua capital era Arnon. A estratégia dos Midianitas em relação a Israel era sua posição estratégica, visto que eles estavam nas montanhas, escondidos em cavernas. O fato de serem mais poderosos, deram-lhe condições de construírem uma espécie de forte, que não sabemos somente eram usados como moradia ou, especificamente acampamentos usados em tempo de ataques às lavouras e rebanho dos filhos de Israel.
Temos uma descrição completa de como se dava o levante contra os israelitas. Em seu comentário, Adam Clark afirma que tal descrição do estado dos israelitas é angustiante. Ele mostra que os midianitas foram obrigados a se dirigir a covas e cavernas das montanhas, e viver como animais selvagens; como se não bastasse isso, os midianitas se uniram aos filhos do Oriente – provavelmente aqueles que habitavam a Arábia Deserta, os ismaelitas.
Midianitas, amelequitas e ismaelitas, Povos do Oriente
O que temos em Juízes 6:4 é um profundo e intenso levante de sete anos, após os quarenta anos de paz que Israel havia alçado no passado, e que, agora, está longe de se tornar realidade no presente. Todos esses acamparam contra eles, todas as hordas errantes de midianitas, amalequitas e ismaelitas vieram, nos tempos da colheita e do outono, e levaram suas colheitas, frutas e gado.
O que percebemos da narrativa bíblica é que eles parecem ter chegado cedo, acampado nas planícies e vigiado as colheitas até que estivessem prontas para serem levadas. Este é frequentemente o caso até os dias atuais. A descrição final e geográfica - até chegar a Gaza – mostra toda a largura da terra, da Jordânia até a costa do Mar Mediterrâneo. Assim, toda à terra foi devastada e os habitantes privados do necessário à vida, o que sem sombra de dúvida nos leva a crer em um exército propositalmente denominado como horda que varria à terra de Israel.
Claro que tão grande empreendimento desembocou com seu gado e suas tendas. Tudo isso prova que eram diferentes tribos de andarilhos que não tinham residência fixa; mas, como seus descendentes, os beduínos ou árabes errantes, deslocavam-se de um lugar para outro para obter presas para si mesmos e forragem para seu gado.
Uma forte metáfora capaz de mostrar a proporção dessa invasão é a expressão - como gafanhotos – de Juízes 7:12; o mesmo usado também nas imagens magníficas de Joel 2:2-11, onde nos permitem perceber a força da metáfora, e Êxodo 10:4-6 o número de gafanhotos, que são uma metáfora comum para incontáveis hordas.
Sabemos que facilmente uma invasão de gafanhotos pode atingir 40 milhões de insetos adultos que são capazes de destruir lavouras gigantestas em horas; metáfora alguma serviria para expressar tão corretamente era a ameaça sofrida por Israel antes que Deus levantasse Gideão.
Deus envia um profeta
Em Juízes 6:8 vemos que o Senhor enviou um profeta. A tradição Judaica, embora não mencionado pelas escrituras, afirma que este era Finéias; mas é mais provável que tenha sido algum profeta ou mestre levantado pelo Senhor para adverti-los e instruí-los. Tais foram suas testemunhas, e elas foram levantadas de tempos em tempos para declarar o conselho de Deus ao seu povo rebelde.
O certo é que o profeta condenou a pratica da idolatria dos filhos de Israel, mostrando-lhes como eles voltaram a se inclinar aos deuses dos amorreus. Como os amorreus parecem ter sido os montanheses da Palestina e os mais poderosos de todas as tribos cananéias, seu nome às vezes é usado para o de todos os cananeus, como já estudamos anteriormente (Js 24:15). O castigo sofrido como resposta a idolatria praticada.