Leis acerca das guerras Dt 20: 1 – 20
Leis acerca das guerras. Não podemos propor outra imagem a não ser a que Deus estivesse preparando os israelitas para um siclo de guerras que viriam por decorrência da conquista de Canaã. Também, não podemos prever que seriam apenas essas guerras. Isto é, não apenas na conquista imediata de Canaã, uma vez que os escritos de Moisés previa que a conclusão da conquista será gradual, e que Israel terá que ir à batalha muitas vezes antes que todos os inimigos sejam vencidos.
O pior senário foi logo construído: “Cavalos e carruagens”. O exército israelita era composto principalmente, ou melhor, inteiramente, de infantaria, na maioria das grandes vitórias por eles conquistadas. Para os israelitas, cavalos e carros sempre foram objetos de terror na guerra (Josué 11: 4; 17:16; Juízas 1:19; 4: 3 e 1 Samuel 13: 5). Além disso, todas as nações que eles enfrentariam em Canaã estavam bem abastecidas com esse mesmo categoria de equipamento militar.
Como os israelitas precisavam lhe dar com "forças maiores do que as deles", não lhe restava nada além da esperança de que a vitória almejada, viria como resultado de sua crença no Senhor seu Deus. A esperança de vitória dos israelitas não estava centrada em sua força, mas na vontade de Deus que iria adiante deles e lutaria por eles. O assunto de todo este capítulo é a guerra santa onde Israel estava prestes a se envolver.
Os israelitas tinham um comandante, um general – este era Josué. No entanto, a missão de Josué, não suplantaria sob qualquer hipótese a condução sacerdotal. “O sacerdote se aproxima e fala ao povo” – Em Deuteronômio 20: 3 vemos aqui que este sacerdote não é o sumo-sacerdote, mas o sacerdote que acompanhava o exército - este foi o caso de Finéias na guerra contra os midianitas (Números 31: 6).
O sacerdote que acompanhava as tropas foi levantado à mais alta dignidade ao lado do sumo sacerdote.
O sacerdote surgiria pouco antes do início da batalha e começava a exortação com a fórmula anunciada nestes versos: "Ouve, ó Israel” – Em seguida eram listadas posturas com as quais os guerreiros deveriam se municiar; a saber: 1. Não desanime; 2. Não temas; 3. Não se assuste – Eles deveriam saber claramente que adiante deles iria o Senhor, o mesmo que os tirou da terra do Egito e da servidão. Eram poucas palavras, mas suficiente a suprimir qualquer dúvida e terror.
Então a condução era dada aos “oficiais”, expressão traduzida do termo hebraico “shôterim” de Deuteronômio 16:18; que seriam os magistrados civis aparentemente. A organização de Israel não era militar, mas os líderes militares deveriam ser nomeados para serviços especiais, como aparece em Deuteronômio 20: 9, “eles farão capitães dos exércitos”. Os capitães de milhares, centenas, cinquenta e dezenas eram chamados shôterim (Deuteronômio 1:15).
Quando o israelita não poderia ir à guerra?
Alguns casos são mencionados com intuito de impedir o jovem judeu ir à guerra. A lista começa em Deuteronômio 20: 5: 1. Os israelitas conservavam que todos aqueles em Israel, de vinte anos para cima, são hábeis para ir à guerra. Mas dentre eles, temos casos onde pode haver recusa por meio dos juízes. São eles:
*Que construiu uma casa nova e não a dedicou. É evidente que era um costume em Israel dedicar uma nova casa a Deus com oração, louvor e ação de graças; e isso foi feito a fim de assegurar a presença e bênção Divinas, pois nenhum homem piedoso ou sensato poderia imaginar que poderia morar com segurança em uma casa que não estivesse sob a proteção imediata de Deus.
Nos momentos de dedicação entre os judeus, além da oração e do louvor, era feita uma festa, para a qual os parentes e vizinhos eram convidados. Alguns judeus consideram a adição de um tempo que dura um ano. (Deuteronômio 24: 5). Essa prática era cerimonial e religiosa eram habituais entre os judeus quando tomavam posse de uma nova casa.
Para o plantador de uma vinha que ainda não provou dos frutos O Estudioso Jamieson assinalou que nos primeiros três anos, o fruto de qualquer vinhedo recém-plantado era considerado impróprio para uso, e no quarto ano era considerado produzir as primícias que eram inteiramente dedicadas ao Senhor; assim, para quem havia plantado recentemente um vinhedo, “essa isenção teria durado pelo menos quatro anos”.
para o marido prometido que ainda não tomou sua esposa Temos essa observação melhor estudada em Deuteronômio 24: 5, de onde também sabemos que é estendida aos recém-casados e durou um ano inteiro. Era costume entre os judeus contrair matrimônio, esposo ou noivado, e por algum tempo considerável deixar as festas nas casas de seus respectivos pais: quando o noivo havia feito os preparativos adequados, a noiva era levada para sua casa, e assim o casamento foi consumado.
As provisões neste versículo referem-se a um caso deste tipo; pois era considerado um sofrimento excessivo para uma pessoa ser obrigada a ir para a batalha, onde havia a probabilidade de ser morto, pois havia deixado uma nova casa inacabada; um patrimônio recém-adquirido meio arado; ou uma esposa com quem ele acabara de contrair casamento.
Deus não quer covardes Mesmo assim, essas pessoas não deviam ser intimidadas para a batalha, desprezadas por seu medo ou submetidas a corte marcial; elas deviam ser mandadas para casa junto com os outros que se qualificassem para a isenção. Claro, o medo pode debilitar e destruir qualquer exército e, ao eliminar os que temem, o exército estaria protegido de uma infecção em massa de covardia.
A fé em Deus e em Sua orientação fiel poderiam, por si só, evitar que o medo entre no coração das pessoas verdadeiramente comprometidas com Deus. À luz disso, é seguro concluir que os temerosos são aqueles que não estão totalmente comprometidos com o Senhor e com Sua obra. O medo ainda é um inimigo mortal do progresso na obra do Senhor, e o antídoto para ele é o amor de Deus.
A oferta de paz na guerra
Temos duas situações: As cidades da possessão e as cidades marginais! Aquelas eram posse, herança, deveria ser tomada, mas estas, as mais distantes – e que estavam fora da promessa, poderiam ser poupadas com uma oferta de Paz. Deuteronômio 20: 15-18 não é tão simples de compreender. A porção parece afirmar que esta proclamação ou oferta de paz a uma cidade deve ser entendida apenas nas cidades que estavam situadas além dos limites das sete nações anatematizadas, porque estas últimas devem ser totalmente destruídas.
Nada pode ser mais claro do que isso pela simples letra do texto, a menos que algumas das palavras, tomadas separadamente, possam ter um significado diferente. Para a interpretação comum, são apresentadas as seguintes razões. Deus, que conhece todas as coisas, viu que eles eram incuráveis em sua idolatria; que o cálice de sua iniquidade estava cheio; e como seu Criador, Soberano e Juiz, ele determinou destruí-los da face da terra, “para que não ensinassem os israelitas a praticarem todas as suas abominações”, Deuteronômio 20:18 .
Afinal, muitos argumentos plausíveis foram apresentados para provar que mesmo essas sete nações cananeias podem ser recebidas em misericórdia, desde que as atitudes de ressignificação de vida fossem tomadas, tais como: 1. Abandono da sua idolatria; 2. Sujeição total aos judeus; 3. Pagamento de tributo anual. Sendo assim, essa gama de estudiosos afirma que seriam destruídos, apenas no caso de estes termos serem rejeitados. Em rejeitando qualquer um deles, não deveriam deixar com vida em tal cidade qualquer coisa que respirasse, Deuteronômio 20:16 .