Terra e povo regularmente mencionados em associação com os medos, tanto na Bíblia como na história secular. Os medos e os persas evidentemente eram povos aparentados das antigas tribos arianas (indo-iranianas), e isto tornaria os persas descendentes de Jafé, talvez através de Madai, ancestral comum dos medos. (Gên 10:2) Numa inscrição, Dario, o Grande, chama a si mesmo de “persa, filho dum persa, ariano, de descendência ariana”. — History of the Persian Empire (História do Império Persa), de A. Olmstead, 1948, p. 231. Inscrições assírias referentes ao tempo de Salmaneser III (evidentemente contemporâneo de Jeú, de Israel), mencionam uma invasão da Média e de se receber tributo de reis de “Parsua”, uma região, pelo visto, situada ao O do lago Urmia e na fronteira da Assíria. Muitos peritos acham que “Parsua” seja o nome então aplicado à terra dos persas, embora outros a associem com os partos. De qualquer modo, em inscrições posteriores, os persas são situados bem mais ao S, estabelecidos em “Parsa”, ao SE de Elão, no que agora é a província de Fars, no atual Irã. Anxã, distrito ou cidade na fronteira de Elão, e possivelmente outrora parte do seu domínio, estava também ocupado pelos persas. De modo que, nos primórdios da sua história, os persas parecem ter ocupado apenas a parte sudoeste do extenso planalto iraniano, fazendo fronteira com o Elão e com a Média no NO, com a Pártia no N, com a Carmânia no L, e com o golfo Pérsico no S e no SO. Com exceção do litoral quente e úmido do golfo Pérsico, aquela terra consistia principalmente na parte meridional da escarpada cordilheira Zagros, interrompida por vales extensos e bastante férteis, com encostas bem arborizadas. O clima nos vales é temperado, mas nas regiões mais altas do planalto, as terras áridas e ventosas são castigadas por um frio intenso nos meses do inverno. Os persas, iguais aos medos, parecem ter-se ocupado muito na pecuária, bem como na necessária agricultura, e o rei persa Dario, o Grande, orgulhosamente descreveu sua terra natal como “bela e rica em cavalos e em homens”. — Encyclopædia Britannica (Enciclopédia Britânica), 1959, Vol. 17, p. 603. Os persas, que originalmente levavam uma vida um tanto austera, muitas vezes nômade, manifestavam grande amor ao luxo e a ambientes luxuosos durante o período do império. (Veja Est 1:3-7; também a roupa dada a Mordecai, Est 8:15.) Esculturas em Persépolis representam os persas trajados de vestes amplas, que chegavam até os tornozelos, de cintura cingida e com sapatos com cadarços. Os medos, em contraste, são retratados usando uma túnica de mangas compridas, que ia até os joelhos. (FOTO, Vol. 2, p. 440) Parece que tanto os persas como os medos usavam calça; soldados persas são mostrados usando calça e túnica com mangas sobre a armadura de cota de malha de aço. Eram cavaleiros peritos, e a cavalaria desempenhava um papel importante na sua estratégia de guerra.