O que quer dizer Marca no corpo na bíblia?
Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus. Gálatas 6:17
Entre os não-israelitas, animais e até mesmo escravos eram marcados como indicação de terem dono. No caso dos humanos, essas marcas de propriedade eram colocadas numa parte visível do corpo, tal como a testa.
Adoradores de deuses falsos às vezes identificavam-se com a marca da sua deidade na testa. Todavia, a lei de Deus proibia a Israel a desfiguração de humanos com marcas, golpes na carne e outras categorias de tatuagens. Isto se contrapunha a práticas idólatras e ensinava o devido respeito pela criação de Deus. — Le 19:28
Como eram feitas as marcas no Corpo?
Geralmente feitas com uma “tenaz”, palavra, inclusive, citada de forma significativa na bíblia. Ela funcionava como sempre empregado para indicar uma ferramenta que sustentava um simbolo profundamente aquecido, geralmente, selo ou sinal, logo assim conseguia produzir marcas irremovíveis no pelo de animais e/ou escravos.
Hoje, os fazendeiros costumam marcar o gado com ferro em brasa para identificá-lo e indicar posse. Os egípcios já carimbavam seus escravos a fogo (Davis, 2003). A condição social na Babilônia dependia essencialmente da posição econômica, visto que a pessoa livre poderia tornar-se escrava e vice- versa. “Daí os documentos falarem da marca que os escravos recebiam e também da purificação no momento da libertação” (Vendrame, 1981, p. 145).
O Código de Hamurabi refere-se à marca em escravos em alguns artigos. Determinava que a hierodula, cortesã sagrada, não podia vender a sua escrava quando esta tivesse filhos de seu marido. Se a escrava se tornasse orgulhosa, a senhora poderia marcá-la com um estigma e assim rebaixá-la à categoria dos escravos comuns (Vendrame, 1981).
O Código valorizava tanto a marca que prescrevia o corte da mão do marcador de escravos que ousasse cancelar a de um escravo alheio sem autorização do dono. O senhor que enganasse um marcador fazendo-o cancelar a marca de um escravo alheio era punido.
No Oriente Médio, as marcas variavam de região a região. Não se tem certeza se todos os escravos deveriam ter uma marca. Alguns eram marcados com ferro e brasa ou em forma de tatuagem, na fronte ou no braço, o nome do proprietário.
Outros carregavam pedaço de metal com o nome do proprietário em alguma parte do corpo. Alguns tinham a cabeça raspada como forma de punição. Algumas vezes eram marcados com sinal simbólico (Patterson, 1982).
O escravo hebreu que escolhesse ficar na casa do patrão para sempre recebia um furinho quase invisível na orelha, o que representava um rito simbólico de pertencimento ao senhor (Patterson, 1982). Vendrame (1981) ressalta que, mesmo em Israel, passagens bíblicas atestam o uso de marcas como sinal de pertença.