o Filho do homem é Jesus Cristo no N. T, a Si mesmo aplicando Jesus o qualificativo, à exceção da passagem de At 7.56, e do Ap 1.13 e 14.14, tratando-seem outros lugares mais de uma descrição do que um título. o Salvador faz uso dessa expressão com referência ao poder e supremacia (Mt 9.6 - 13.41 - 16.27 - 19.28 - 24.27,30 - 25.31,32 - 26.64 - Mc 14.62), e também à fraqueza, humilhação e sofrimento (Mt 8.20 - 17.22 - 26.24). os Seus discípulos evitaram, sem dúvida, o emprego desse título, porque eles estavam mais ocupados com a Sua divindade do que com a Sua humanidade. Ele podia empregar o título, sem querer significar com isso uma direta e clara pretensão ao messianismo, pretensão que Ele procurava sempre afastar de Si próprio, a não ser particularmente diante dos Seus discípulos (Mt 16.13 a 16) e, por último, na presença do sumo sacerdote (Mc 14.61,62). Todavia, no livro de Ezequiel, ambos os aspectos do título são compreendidos: o da fraqueza humana em contraste com a fortaleza de Deus, tudo descrito de um modo perfeitamente claro, quase todas as vezes (umas cem) em que a frase ocorre, sendo também implicado o caráter do poder e da glória. Porquanto na visão introdutiva das quatro criaturas viventes (o ‘carro’ de Deus, querendo usar uma frase antiga), tendo cada uma delas as faces de homem, de leão, de boi, e de águia, vê-se lá sentado sobre o trono sobranceiro a eles, ‘uma figura semelhante a um homem’ (1.26) que se dirige ao profeta, chamando-lhe Filho do homem. Assim é ordenado a Ezequiel que manifeste a sua íntima comunhão não só com o carro, mas também com o condutor. É a esta dupla relação que Jesus Se refere quando usa o termo. Na criação é Ele homem, e portanto sujeito ao sofrimento - mas ao mesmo tempo Ele mantém um lugar supremamente único, numa certa relação com Aquele Ente, a respeito do qual a relação de Ezequiel era apenas uma idéia, revestindo-o essa suprema afinidade do poder para governar e julgar. A frase sugere também que Ele é o homem ideal, estando mais próximo de Deus que qualquer ser humano, mesmo do que o primeiro Adão. Por conseqüência, embora o predicado ‘Filho do homem’ não fosse identificado, no vulgar conhecimento daquele tempo, com a personalidade do Messias, não constituindo, portanto, uma direta pretensão ao messianismo, Ele admiravelmente exprimia tanto a Sua humilhação como a Sua glória - e assim foi considerado pelos discípulos, quando eles chegaram a compreendê-Lo como Ele realmente era, humano e, contudo, divino.