A cidade de Corinto, à qual Paulo chegou por volta do ano 50 EC, portanto, era uma movimentada encruzilhada de comércio e centro político. Os pedágios cobrados sobre as cargas que atravessavam o istmo contribuíam muito para a riqueza de Corinto, mas ela era também um centro industrial, famoso por sua cerâmica e seus artefatos de bronze. A própria cidade foi construída em dois terraços, um deles a uns 30 m acima do outro. No seu centro havia a espaçosa ágora, ou praça de mercado, ladeada por colunatas e edifícios públicos. Fileiras de lojas davam para a praça, sendo que algumas das ruínas descobertas dão evidência de lojas usadas para a venda de carne e de outros comestíveis, bem como de vinho. A palavra macellum foi aplicada numa inscrição a uma das lojas. Este termo é o equivalente latino da palavra grega má·kel·lon, usada por Paulo ao se referir ao “açougue”, em 1 Coríntios 10:25. Outra inscrição encontrada num degrau rezava “Lúcio, o açougueiro”. Uma das mais antigas e mais destacadas cidades da antiga Grécia, situada a uns 5 km ao SO da cidade moderna. A importância de Corinto resultara em grande parte da sua localização estratégica na extremidade ocidental do istmo, ou faixa estreita de terra, que liga a parte central ou continental da Grécia com a península meridional, o Peloponeso. Todo o tráfego terrestre norte-sul, comercial ou não, tinha de passar por Corinto ao atravessar o istmo, o qual, no seu ponto mais estreito, tem apenas uns 6 km de largura. Mas o tráfego marítimo internacional também era atraído a Corinto, porque os navegadores geralmente preferiam utilizar este istmo entre o golfo de Corinto e o golfo Sarônico, em vez de arriscar a longa e perigosa viagem em torno dos cabos tempestuosos na extremidade meridional da península. Assim, navios da Itália, da Sicília e da Espanha velejavam através do mar Jônico, pelo golfo de Corinto, e atracavam no porto de águas fundas de Lecaion, cidade portuária ocidental ligada a Corinto por duas muralhas contínuas. Os navios procedentes da Ásia Menor, da Síria e do Egito atravessavam o mar Egeu e ancoravam no porto oriental de Cencréia, ou talvez no porto menor de Schoenus. (Ro 16:1) As mercadorias de navios grandes eram descarregadas num porto e transportadas por terra os poucos quilômetros até o outro porto, onde eram reembarcadas.