Cobrador de rendimentos públicos entre os romanos. Havia duas espécies de recebedores de tributos: os recebedores gerais, e os seus delegados em cada província, sendo os primeiros responsáveis para com o imperador pelas rendas do império. Eram os principais recebedores homens de grande importância no governo, sendo geralmente membros de famílias ilustres - mas os seus delegados, homens das classes inferiores, eram tidos, pelas suas rapinas e extorsões, como ladrões e gatunos. As obrigações dos cobradores eram muito mais amplas do que acontece entre nós, porque eles tributavam todos os artigos de mercadoria que passavam pela estrada. (*veja Mateus.) Entre os judeus era odiosa a profissão de um publicano. os galileus, principalmente, submetiam-se a esses cobradores com a maior repugnância, indo até ao ponto de considerarem ilegítimo o pagamento do tributo (*veja Mt 22.17). E quanto àqueles publicanos da sua própria nação, quase eram considerados como pagãos (Mt 18.17). os publicanos de que fala o N.T. eram olhados como traidores e apóstatas, instrumentos do opressor, e classificados como pessoas do mais vil caráter (Mt 9.11 - 11.19 - 18.17 - 21.31,32), sendo os seus únicos amigos os desterrados. Não admira, pois, que Aquele que comia e bebia com publicanos fosse tratado com desprezo pelos seus conterrâneos (Mt 9.11 - Lc 15.1 - 19.2). As próprias esmolas dessa gente não eram aceitas para a caixa dos pobres da sinagoga. Uma virtude, pelo menos, eles possuíam: a de não serem hipócritas. o publicano que no templo clamou: ‘Ó Deus, sê propício a mim, pecador!’ (Lc 18.13), mostrava que alguns da sua desprezada classe tinham sido tocados pela pregação de João Batista (Mt 21.32). o publicano Mateus foi escolhido para o número dos doze discípulos pelo Divino Mestre.