Rio Cedrom O monte das oliveiras é separado do monte Moriá pelo rio Cedrom, que em hebraico significa escuro. Ele nasce a dois quilômetros e meio de Jerusalém, e corre para leste, o seu curso possui 40 km e deságua no mar Morto. Foi este rio em que ocorreu um dos episódios mais tristes da vida do rei Davi, registrado em 2º Samuel 15:23. Jesus também passou por ele em suas caminhadas - João 18:1.

=== CEDROM No hebraico, “turvo”, “melancólico”, “escuro”. No grego, kedrón, palavra que só aparece em João 18.1, em todo o Novo Testamento. Esse é o nome de um riacho com regime de inverno, que atravessa o vale de Josafá. O termo aplica-se tanto ao riacho quanto ao vale por meio do qual flui. Em sua Historical Geography, Smith nos dá a seguinte descrição, à p. 511: “Ao norte de Jerusalém começa o leito da torrente do Cedrom. Passa pelo monte do templo, por aqui que, posteriormente, veio a ser o Calvário e o Getsêmani. Deixa o monte das Oliveiras e a aldeia de Betânia para a esquerda, e Belém bem para a direita. Então precipita-se pelos terraços nus, pelos precipícios e pelas gargantas estreitas do deserto da Judeia — o deserto do bode expiatório. Esse vale fica tão estéril e ressecado, tão similar a um forno, quando desce abaixo do nível do mar, que o seu nome toma-se wadi en-Nar, ou ‘wadi de fogo’. No mínimo, o seu curso encachoeirado leva até os precipícios imediatamente acima do mar Morto, onde deixa suas águas escassas de inverno. Porém, durante o verão inteiro, o wadi fica seco”. O vale através do qual esse riacho precipita-se tem apenas cerca de 32 km de comprimento, mas, durante esse breve percurso, desce cerca de 1.120 m, do começo ao fim. O lugar onde o Cedrom deságua no Jordão é uma garganta estreita, com cerca de 366 m de profundidade. Lemos no Antigo Testamento que Davi, quando fugia de Ab- saião (2Sm 15.23,30), atravessou esse riacho. Salomão utili- zou-se do mesmo para assinalar até onde Simei podia passar, e não mais (lRs 2.37). Asa destruiu e queimou ali os ídolos de sua mãe, Maaca (lRs 15.13). Atalia foi executada ali (Josefo, Anti. 9.7,3; 2Rs 11.16). Quando a adoração idólatra foi removida do templo de Jerusalém, esse vale tornou-se o lugar onde foram lançados os escombros e o material destruído, pelos seguidores de Yahweh (2Rs 23.4,6,12; 2Cr 29.16; 30.14). Nos dias de Josias, esse vale era usado como um cemitério comum, a serviço de Jerusalém (2Rs 23.6; Jr 26.23; 31.40). No vale do Cedrom há uma fonte intermitente que, na antiguidade, servia de suprimento de água para Jerusalém. Seu nome é Gihon, isto é, “jorro”. Um outro nome dessa fonte é fonte da Virgem. Na antiguidade, seu fluxo foi artificialmente desviado para servir às necessidades da população de Jerusalém. Foi encontrada ali, em 1880, uma inscrição em hebraico, que menciona o túnel que foi feito a fim de transportar água dessa fonte para Jerusalém. Talvez haja uma alusão a isso em 2Crônicas 32.3,4. Em nossos dias, somente quando há chuvas muito pesadas aparece ali alguma água. Um pouco mais ao sul, porém, há uma segunda fonte, onde se fundem os vales do Cedrom e de Hinom. Essa outra fonte chama-se En-Rogel. Quando Herodes restaurou o templo, ampliou a área circundante erigindo novos alicerces para as muralhas. No seu ponto mais alto, as muralhas circundantes do templo tinham 52 m de altura, acima do vale do Cedrom. Josefo disse que quando alguém olhava para baixo, desde aquela altura, ficava tonto (Anti. 15.5). Foi essa grande altura que esteve associada à tentação de Jesus, em Mateus 4.5. O jardim do Getsêmani ficava na vertente ocidental do monte das Oliveiras, exatamente do outro lado do Cedrom. Jesus atravessou o vale do Cedrom, com os seus discípulos, depois que saiu do cenáculo para passar a noite no jardim do Getsêmani (Jo 18.1). Judas Iscariotes também atravessou o vale do Cedrom, ao guiar os soldados que foram prender a Jesus (Jo 18.2). Jeremias aguardava o dia quando Jerusalém seria reconstruída, quando os lugares sagrados de sepultamento, como aquele associado ao vale do Cedrom, seriam restaurados (Jr 31.40). (FIN UN WRI Z)