O poder militar de umanação era avaliado, principalmente, pelo número de carros de guerra que ela possuía. Até ao tempo de Davi, os israelitas poucos ou nenhum carro dessa espécie possuíam, mas o rei Salomão mantinha uma força de 1.400 carros, proveniente de um imposto sobre certas cidades (1 Rs 9.19 - 10.25). Há uma primitiva referência aos carros do Egito em Gn 41.43 e Êx 14.7: os carros armados de ferro, pertencentes aos cananeus, eram um sério obstáculo à ocupação da terra pelos israelitas (Js 17.16,18 - Jz 4.3,13). Como esses aparelhos bélicos podiam ser queimados (Js 11.9), eram, provavelmente, construídos de madeira, e tornavam-se mais resistentes com o ferro. Quando os judeus quiseram, também, ter carros seus, sem dúvida imitaram os modelos egípcios. o carro egípcio constava de uma armação de madeira semicircular com os seus lados direitos, pousando a parte de trás sobre o eixo de duas rodas - tinha um parapeito de madeira ou de marfim, preso à armação por tiras de couro, achando-se na frente uma peça perpendicular de madeira. o pavimento do carro era feito de cordas em forma de rede, certamente para oferecer um ponto de apoio mais elástico aos ocupastes. Subia-se para o carro pela parte de trás, que era aberta, sendo os lados fortalecidos com guarnições de couro e metal. Ajustada ao lado direito, e atravessada em diagonal, estava a caixa dos arcos, e, tomando uma direção inclinada para cima, a aljava e o estojo das lanças. Se duas pessoas estavam no carro havia outra caixa de arcos. Cada uma das duas rodas tinha seis raios. Não havia tirantes - uma correia achava-se segura a um gancho, e as rédeas passavam por argolas, que estavam de cada lado dos dois cavalos. o condutor permanecia do lado direito, e quando despedia a seta tinha o chicote pendurado no pulso. Nalgumas esculturas está o rei só, no seu carro, com as rédeas postas em volta do corpo, podendo, desta forma, arremessar os dardos com as mãos sem estorvo algum. Geralmente eram duas as pessoas, e, também, às vezes três, as que eram levadas sobre o carro, segurando a terceira a umbela de honra. Um segundo carro era costume seguir o rei na batalha, para ser usado em caso de necessidade. os carros de guerra assírios e persas eram muito semelhantes aos do Egito. os monarcas judeus que caíram na idolatria fizeram oferecimentos de carros e cavalos ao deus do Sol (2 Rs 23.11).