Barba na Bíblia!
Barba na Bíblia é representada pela palavra za·qán; termo usado para “barba”, ao passo que sa·fám, relativo ao lábio, é traduzida de forma variada pelos tradutores por “barba”, “bigode” e “lábio superior”. A expressão zaqan זקן pode ser também traduzida por "queixo", mas geralmente a ideia central é "barba" mesmo. Lv 13:29
O conceito de Barba na Bíblia
Entre muitos povos antigos do Oriente, inclusive os israelitas, a barba era prezada como evidência de dignidade máscula. A lei de Deus dada a Israel proibia o corte das “madeixas laterais”, os cabelos entre a orelha e o olho, e a extremidade da barba. (Lv 19:27; 21:5)
Isto se dava, sem dúvida, porque entre alguns pagãos isso era uma prática religiosa. Depois da destruição de Jerusalém, em 607 a.C, homens procedentes de Siquém, Silo e Samaria expressaram sua aflição por rapar a barba, rasgar suas vestes e fazer cortes em si mesmos.
Embora trouxessem ofertas à casa de Deus, eram ofertas sem sangue, evidentemente para serem oferecidas no lugar onde antes havia o templo. (Jr 41:5) Que as práticas desses homens não estavam plenamente em harmonia com a lei de Deus é demonstrado pelo fato de que fizeram cortes em si mesmos, uma prática estritamente proibida pela Lei. — Lv 19:28; 21:5.
A importância da Barba na Bíblia
A importância da barba e de ela estar bem cuidada desempenhou um papel na atitude de Aquis, o rei de Gate, para com Davi, quando este disfarçou a sua sanidade por deixar a saliva escorrer sobre a barba. Isto serviu para ajudar a convencer o Rei Aquis que Davi era demente. (1Sm 21:13)
Mais tarde, quando Hanum, o rei de Amom, grosseiramente insultou os embaixadores de Davi por cortar metade da barba deles, Davi compassivamente disse aos seus homens que ficassem em Jericó até que sua barba tivesse crescido abundantemente.
Os amonitas sabiam que isso era um insulto significativo para Davi e que se tornaram malcheirosos aos olhos dele por causa deste incidente, e por isso se prepararam para a guerra. — 2Sm 10:4-6; 1Cr 19:1-6.
Era costumeiro os homens usarem barba, mesmo antes de ser feito o pacto da Lei. Ao passo que os hebreus não fizeram monumentos com figuras deles próprios, foram encontrados muitos monumentos e inscrições, no Egito, na Mesopotâmia e em outras terras do Oriente Médio, em que os assírios, os babilônios e os cananeus são representados com barba.
E mesmo algumas representações remontando até o terceiro milênio a.C mostram barbas de diversos estilos. Entre os povos mencionados, eram mormente os eunucos os representados sem barba. Contudo, fazer eunucos não era prática em Israel, visto que a Lei excluía os eunucos da congregação de Israel, tal como pode ser visto em Dt 23:1.
Prisioneiros de guerra tem sua barba raspada
Aos prisioneiros de guerra raspava-se a barba, em sinal de zombaria. A ausência de barba, ou barba raspada, era sinal de servilismo. O rei dos amorreus lançou opróbrio sobre os embaixadores de Davi cortando pela metade as suas barbas e enviando-os de volta (2Sm 10.1-5), como dito acima.
Muitos gregos e romanos barbeavam-se, tirando a barba totalmente; e isso, para os israelitas, era marca de paganismo, algo a ser evitado. O povo de Deus é comparado aos pelos da barba e aos cabelos de Ezequiel, dando a entender que eram muito queridos (Ez 4.1-5.4).
Assim também podemos ver em Isaias 7:20, quando o Senhor ameaçou raspar as cabeças e as barbas dos homens de seu povo, isso deu a entender que grande número deles seria sujeitado a julgamento divino.