O que significa Abraão?

Em Hebraico, seu nome quer dizer: "Pai de multidão". É uma forma contrata procedente de uma raiz não usada, mas provavelmente significando ser populoso). Em grego Αβρααμ, Abraão também é traduzido do mesmo modo: “pai de uma multidão” ou “chefe de multidão”.

אַבְרָהָם - AVËRÅHÅM, expressão terminológica de junção de duas palavras. Abaixo podemos ver com detalhes:

ab’ אב uma raiz ...

  1. pai de um indivíduo 2) referindo-se a Deus como pai de seu povo 3) cabeça ou fundador de uma casa, grupo, família, ou clã 4) antepassado 4a) avô, antepassados — de uma pessoa 4b) referindo-se ao povo 5) originador ou patrono de uma classe, profissão, ou arte 6) referindo-se ao produtor, gerador (fig.) 7) referindo-se à benevolência e proteção (fig.) 8) termo de respeito e honra 9) governante ou chefe (espec.)

אברה + ם

Este é o verbo ברה conjugado no Futuro. 1ª Pessoa masculino ou feminino singular. Está acompanhado do sufixo pronominal ם

בָּרָה (verbo)

Fem./Plural: Transliteração: barah Tradução: comer, provar; escolher. O sufixo pronominal ם que faz do verbo plural masculino. Não resta duvidas de que Abraão foi o "Pai escolhido pra ser Pai de Multidões".

O Nome que Deus deu a Abrão

O nome dado por Deus a Abrão (que significa “Pai É Enaltecido (Exaltado)”) quando este tinha 99 anos, e quando Ele reafirmou sua promessa de que a descendência de Abraão seria numerosa. — Gên 17:5.

Origem Familiar e História Inicial. Abraão era a décima geração de Noé mediante Sem, e nasceu 352 anos após o Dilúvio, em 2018 a.C. Embora seja alistado primeiro entre os três filhos de Tera, em Gênesis 11:26, Abraão não era o primogênito.

As Escrituras mostram que Tera tinha 70 anos quando nasceu seu primeiro filho, e que Abraão nasceu 60 anos depois, quando seu pai, Tera, tinha 130 anos. (Gên 11:32; 12:4).

Evidentemente, Abraão é alistado primeiro entre os filhos de seu pai devido à sua notável fidelidade e proeminência nas Escrituras, prática seguida no caso de vários outros notáveis homens de fé, tais como Sem e Isaque. — Gên 5:32; 11:10; 1Cr 1:28.

Abraão e Seu Pai

Filho de Tera, 20 gerações depois de Adão e 10 depois de Noé, como já dito. E, considerando que Noé ainda teria vivido 350 anos após o dilúvio, Abraão poderia ter conhecido o seu ancestral e também a Sem. Seu nome vem do termo judaico Ibrim, que significa "Hebreus", para soar como "Excelso Pai".

Etmologicamente, a palavra “Hebreu” pode derivar do verbo “avar”, que em hebraico significa “ultrapassar”, “passar”, “ir além”. De “avar” vem “ivrì” (“passado além”). Muitos veem nessa raiz etmológica uma referência à viagem de Abraão, que, como nômade, deixou a Mesopotâmia para se estabelecer na região de Israel.

Ur dos Caldeus, Cidade de Abraão

Abraão era natural da cidade caldéia de Ur, próspera metrópole situada na terra de Sinear, perto da atual confluência dos rios Eufrates e Tigre. Estava situada a cerca de 240 km a SE da outrora cidade real de Ninrode, Babel ou Babilônia, tão notória por sua inacabada Torre de Babel.

Descobertas arqueológicas também confirmam muitos assuntos relatados na história bíblica de Abraão: As localizações geográficas de muitos lugares e dos costumes daquela época, tais como a compra dum campo dos hititas, a escolha de Eliézer como herdeiro e o tratamento dispensado a Agar.

Abraão, sua infância, família, idolatria e Monoteísmo

Abrão é pai do Monoteismo, dos que creem. A partir dele se adolesceram três das maiores abas religiosas do monoteísmo na humanidade: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Não sabemos ao certo se as tradições orais que relatam a historicidade dos eventos extra bíblicos consubstanciam de fato os 14 capítulos das Escrituras que abordam a vida de Abraão.

Pelo menos dentro do Judaísmo, a Tradição Oral (Mishná) e a Escrita (Torá), são ambas dignas de inteira relevância e por si mesmas inspiradas por Deus. Aliás, é através da tradição oral que Abraão imprime um estilo de sobrevivência religiosa que só seria inserida na manuscritologia bíblica cinco séculos depois.

Visando esclarecer parte desse desconhecido, surgem os contos mais populares que nos informam relatos principalmente sobre a infância de Abraão que descrevem o patriarca como um monoteísta convicto desde tenra idade ao ponto de lutar veementemente – não apenas uma vez - contra a tradição politeísta de seu pai, Terá.

Sobre isso é preciso considerar que alguns comentaristas judeus concordam com o famoso Rabbi Menachem Mendel Schneersohn (O Rebe) que afirma o fato de que Terá era “não era um politeísta confesso”, mas apenas um fabricante e mercador de ídolos; que conserva, sobretudo, o monoteísmo, (nota que pessoalmente não atesto).

Os relatos orais afirmam que a família tinha uma loja com várias estátuas de diferentes deuses. Toda fabricada pelo patriarca Terá e comercializadas pelos familiares. Abraão, ainda garoto, usa um machado para quebrar todas, exceto a maior. Estagnado, o pai questiona por que ele fez isso.

Abraão afirma que os próprios deuses se destruíram lutando entre si, e que o vencedor foi o único que permaneceu intacto. Quando Terá afirma que as estátuas não seriam capazes de se mover (Salmo 115), Abraão contra-argumenta: "Se esses deuses não são vivos, não faz sentido adorá-los".

Apesar de belo, contos assim prometem dar suporte a primeira fase da vida de Abrão, que só aparece biblicamente já com 75 anos de Idade. Essa interrupção de Abraão quanto a religiosidade de seu pai é apenas a primeira narrada pelos apócrifos. Um desses preenchimentos históricos é narrado pelo Livro dos Jubileus (Livro Jubileus capitulo 11 e vs 10 e capitulo 12 e vs. 10), e ainda afirma que Abraão já aos catorze anos, quando ainda residia em Ur dos Caldeus com sua família, já desfrutava da compreensão de que os homens haviam se corrompido com a idolatria ao adorar imagens de escultura.

É exatamente isso que os textos apócrifos suportam. Eles constroem a ideia de que Abraão não aceitou mais adorar ídolos com o seu pai Terá, apesar de sua meninice. A própria relutância de Abrão com seu pai prova-nos, circunstancialmente o desejo de Terá em submeter o filho na linhagem de fabricante de ídolos. No entanto o garoto começou orar a Deus, tanto por sua própria alma, como também a de seus descendentes.

O texto apócrifo continua dizer que (12:10) que ao se casar com Sarai, Abraão possuía 49 anos de vida; ou seja, 26 anos antes de aparecerem relatos sobre sua vida nas Escrituras Sagradas, que só vai ocorrer aos 75 anos de idade.