Os pecados contra o casamento Dt 22: 13 – 30
Os pecados contra o casamento. Em Deuteronômio 22:15 temos um habito frequente nas relações matrimoniais – a comprovação da virgindade da donzela - Esse era um caso perfeitamente possível em todos os lugares onde as meninas se casavam com dez, doze e catorze anos, o que é frequente no Oriente. Tais sinais, portanto, como o texto fala, devem ser infalivelmente exibidos por mulheres muito jovens na consumação de seu casamento.
A Virgindade sempre foi uma virtude exercida na cultura judaico-cristã; mas muito além de um gesto casto e voluntárimente guardado por moças piedosas, não devemos deixar de considerar-la mandamento. Portanto, a lei nestes versículos será melhor apreciada considerando seus efeitos. As donzelas em Israel seriam compelidas a guardar sua virgindade e inocência, pois valorizavam suas vidas.
Virgindade comprovada e o castigo do homem
O ciúme e o capricho dos maridos, em face desta lei, seriam evitados, pois, poderiam incorrer em descrédito e graves penalidades. O homem ao levantar um insulto contra sua esposa acusando-a da não virgindade deveria pagar uma multa de 100 siclos (Deuteronômio 22:19), ou 50 (Deuteronômio 22:29).
Se considerado o valor, essa não era uma multa leve. Até porque um quarto de siclo foi o suficiente para um presente a um grande homem (1 Samuel 9: 8 ), e meio siclo a mais para um imposto sobre os homens em idade militar (1 Crônicas 21: 3 e Êxodo 30:15; Neemias 10:32).
A lei da oferta de ciúme em Números 5: 12-31 , também deve ser levada em consideração, como guardiã da fidelidade da esposa. Seria muito desaconselhável para o homem ou a mulher agir de forma a se sujeitar às penalidades aqui descritas. A tendência dessas leis seria tornar todos os homens vigilantes e zelosos pela honra de sua família.
O homem nunca mais poderia se afastar dessa mulher por motivo de divórcio – e a multa seria paga ao pai da moça!
A não Virgindade e o castigo da mulher
A não virgindade comprovada por parte dos anciões, a mulher seria alguém que cometeu loucura em Israel. Esta expressão deve ser notada. Aparece pela primeira vez em Gênesis 34: 7, logo após a concessão do nome Israel (Gênesis 32) - parecia que o nome implicava um padrão mais elevado de comportamento para a família de Jacó, depois que a mão do Santo foi colocada sobre seu pai.
Um código de regras separado era obrigatório para o povo escolhido desde o início de sua história. Dificilmente algum ponto é mais importante, desde o nascimento de Isaque para baixo, do que a pureza da semente escolhida. O Adultério foi outro tema pontualmente discutido em Levítico 20:10. “ Moisés na Lei nos ordenou que tais fossem apedrejados” e ao seu modo, isso não foi contestado por Jesus (João 8: 5).
É evidente pela linguagem desse preceito que uma virgem prometida em Israel é considerada uma esposa. O homem que a humilha “humilha a esposa de seu vizinho”. Isso ilustra a linguagem de Mateus 1 onde temos José, quando Maria foi encontrada grávida, procurou repudiá-la (como se ela já fosse sua esposa). O anjo disse-lhe: "José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher." Ele “tomou para si sua esposa”. Da construção desta lei segue-se que Jesus era filho de José, conforme a Escritura. Os Evangelistas não parecem pensar que vale a pena provar que Ele era filho de Davi, exceto através de seu pai na lei.
A sedução e o estrupo na lei
O pecado da sedução antes do casamento é punido com pesada multa. Mas o fato de o casamento ter sido tornado obrigatório nesses casos torna a lei ainda mais rígida. Parece, no entanto, a partir de Êxodo 22:17, que o pai da menina poderia proibir o casamento, embora o sedutor não pudesse escapar dele de nenhuma outra maneira.
Em Levítico 18: 7 temos um princípio, não apenas um preceito, está implícito aqui, como aparece nos detalhes de Levítico 18. Outro ponto abominável foi o estupro, onde também, por essas antigas instituições, era punido com a morte, porque a honra de uma mulher era considerada tão preciosa quanto sua vida; portanto, a mesma punição foi infligida ao estuprador e ao assassino.
A sessão termina com Deuteronômio 22:30 , onde está claro que um homem não deve tomar a esposa de seu pai. Isso deve ser entendido como se referindo ao caso de uma madrasta. Um homem em sua velhice pode ter se casado com uma jovem esposa e, ao morrer, seu filho com uma ex-esposa pode desejar desposá-la: nesse sentido a lei proíbe.
Provavelmente foi sob o pretexto de ter quebrado esta lei, que Salomão condenou seu irmão Adonias à morte, porque ele desejava ter a concubina de seu pai por esposa, embora outros considerem simplesmente Salomão como alguém já desvirtuado desde o princípio de seu reinado 1 Reis 2: 13-25.