Deus envia codornizes e maná no deserto Êx 16: 11:36

Deus envia codornizes e maná no deserto após murmurações dos israelitas. E comereis carne a vontade ... e pão pela manhã. Era o entardecer de mais um dia, o dia quinze do segundo mês entre Elim e o Sinai, península montanhosa e desértica do Egito, entre os golfos de Suez e Ácaba. A providencia viria, mas os israelitas precisariam ser cautelosos tanto no colher como no comer. Ao sexto dia, deveriam colher o correspondente a dois dias (sexta e sábado). No sabat não deveriam colher (V. 5)

O primeiro milagre foi o surgimento de milhares de codornizes, pequenas aves de caça da família da perdiz, que por serem migratórias teriam vindo durante a primavera de seu habitat de inverno na África, pousando exaustas no chão. Depois, bem adiante, foram trazidas por um vento oriental (Nm 11).

O que são codornizes na Bíblia?

Uma pequena ave de no máximo 20 cm de comprimento possuindo uma carne leve e saborosa. Elas passam a maior parte do seu tempo no solo. Sua carne é bem comestível. Provavelmente a ave fizera parte do cardápio dos israelitas enquanto escravos. Dito isso, sabemos que em meados do século passado, o Egito exportava anualmente uns três milhões de codornizes para mercados estrangeiros. O milagre surge no meio do acampamento de Israel. Como dito acima essas aves saem na primavera partem do interior da África para o norte, chegando ao Egito por volta de março.

É bem provável que o cansaço tivesse sido o fator providente usado por Deus para suprir a necessidade dos filhos de Israel. Afinal, elas haviam passado pela Arábia e pela Palestina, rota comum que fazem para então retornarem com a aproximação do inverno. Migram em grandes bandos, fazendo a migração em estágios, e frequentemente voam de noite.

Os israelitas estavam no ermo de Sim, na península de Sinai quando Deus lhes disse que eles comeriam carne, e de manhã se saciariam de pão. (Êx 16:12) Naquela noitinha, “começaram a vir codornizes e passaram a cobrir o acampamento”, ao passo que de manhã apareceu o maná sobre a terra. (Êx 16:13-15; Sal 105:40). Mas os israelitas precisam obedecer as regras, um gomer (ômer) por cabeça – não deveria haver desperdiço ou ganancia (V. 16), medida frequentemente usada para secos, 2 litros, mais ou menos um bato, seria uns 4 quilos.

Apensar das diversas orientações quanto ao que comer e o que recolher, os israelitas desobedeceram a Moisés; tudo que foi recolhido a mais, apodreceu e pela primeira vez, Moisés indignou-se contra eles.

O que significa Maná?

No dia seguinte veio do céu o Maná como um orvalho que cobriu todo acampamento. Os israelitas colhiam todos os dias, o Maná poderia ser assado ou cozido; podiam fazer o que puderem, menos colher mais de que necessitavam ou colher no Sábado. Os filhos de Israel deram-lhe o nome de Maná. Foi realmente um fenômeno ainda hoje estudado descrito em Êxodo 16.

O maná do deserto foi alimento produzido milagrosamente após a evaporação do orvalho formado durante a madrugada, aparecia uma coisa miúda, flocosa, como a geada, branca, descrita como uma semente de coentro, e como o bdélio, que lembrava pequenas pérolas. Durante todos os dias era enviado e não podia ser armazenado para outro dia.

Que gosto tinha o Maná?

Geralmente era moído, cozido, e assado, sendo transformado em bolos. Diz-se que seu sabor lembrava bolo de mel. Ele foi o pão do céu que alimentou os israelitas durante os 40 anos de peregrinação no deserto. O termo man מן significa ‘O que é isso?’ no sentido de uma pergunta mesmo. Como vimos se assemelhava a vários alimentos e sabores dificultando maiores designações.

Em 1927, Friedrich S. Bobenheimer, da Universidade Hebraica de Jerusalém, descobriu que piolhos de plantas, cigarras e cochonilhas se alimentam das tamargueiras do deserto do Sinai e excretam o excesso de seus carboidratos na forma de uma substância doce. Essa substância se evapora em partículas que se assemelham à geada. Supõe-se que esse era o "maná" que Josefo declarou ser ainda encontrado em sua época no Sinai.

O Maná cessa de cair

A aceitação da narrativa de Êxodo 16 exclui a possibilidade de que o "maná" da tamargueira tenha sido o alimento milagroso com o qual os israelitas sobreviveram por 40 anos. O maná do céu foi provido ao longo dos anos, mas seu suprimento cessou tão logo entraram na terra prometida.

Então o SENHOR falou a Moisés:
Tenho ouvido as murmurações dos israelitas. Dize-lhes: À tarde comereis carne, e pela manhã tereis pão à vontade; e sabereis que eu sou o SENHOR vosso Deus.
E aconteceu que à tarde surgiram codornizes que cobriram o acampamento; e pela manhã havia uma camada de orvalho ao redor do acampamento.
Quando a camada de orvalho evaporou, havia uma coisa fina e arredondada na superfície do deserto, semelhante a flocos de geada que caem sobre a terra.
Quando a viram, os israelitas disseram uns aos outros: Que é isto? Porque não sabiam o que era. Então Moisés lhes disse: Este é o pão que o SENHOR vos deu para comer.
Foi isto o que o SENHOR ordenou: Cada um recolherá dele conforme o que consegue comer; um ômer por cabeça, segundo o número de pessoas; cada um recolherá para os que estão na sua tenda.
E assim os israelitas fizeram. Alguns deles recolheram mais, e outros, menos.
Quando, porém, o mediam com o ômer, nada sobrava ao que recolhera muito, nem faltava ao que recolhera pouco; cada um recolhia tanto quanto conseguia comer.
Moisés lhes disse também: Ninguém deixe dele para a manhã seguinte.
Mas alguns deles não deram ouvidos a Moisés e deixaram um pouco para o dia seguinte. Entretanto, ele criou bichos e cheirou mal. Por isso, Moisés indignou-se contra eles.
Eles o recolhiam pela manhã, cada um conforme o que conseguia comer, pois ele derretia com o calor do sol.
Mas, no sexto dia, recolheram o dobro, dois ômeres para cada um. Então todos os líderes da comunidade foram e contaram isso a Moisés.
E ele lhes disse: Foi isto o que o SENHOR disse: Amanhã é dia de descanso, sábado santo ao SENHOR. Assai no forno o que quiserdes assar, e cozinhai em água o que quiserdes cozinhar; e tudo o que sobrar, separai-o e guardai-o para a manhã seguinte.
E eles o guardaram até a manhã seguinte, como Moisés havia ordenado; e não cheirou mal, nem criou bicho algum.
Então Moisés disse: Comei-o hoje, porque hoje é o sábado do SENHOR; hoje não o achareis fora do acampamento.
Seis dias o recolhereis, mas o sétimo dia é o sábado; nesse dia, não haverá.
Aconteceu, porém, que no sétimo dia alguns do povo saíram para recolhê-lo, mas não o acharam.
Então o SENHOR disse a Moisés: Até quando recusareis guardar os meus mandamentos e as minhas leis?
Vede que o SENHOR vos deu o sábado; por isso, no sexto dia ele vos dá pão para dois dias. Fique cada um no seu lugar; ninguém saia do seu lugar no sétimo dia.
Então o povo descansou no sétimo dia.
E a casa de Israel deu-lhe o nome de maná. Era branco como semente de coentro e tinha o sabor de bolo de mel.
E Moisés disse: O SENHOR ordenou: Enchereis dele um ômer, que será guardado para as vossas gerações, para que elas vejam o pão que vos dei para comer no deserto, quando vos tirei da terra do Egito.
E Moisés disse a Arão: Pega uma vasilha, põe nela um ômer de maná e coloca-a diante do SENHOR, para que seja guardado para as vossas gerações.
E Arão a colocou diante do testemunho, para ser guardado, como o SENHOR havia ordenado a Moisés.
Os israelitas comeram o maná durante quarenta anos, até que chegaram a uma terra habitada, até que chegaram aos limites da terra de Canaã.
Um ômer é a décima parte de um efa.