Labão vai atrás de Jacó Gn 31:22-42

Labão custou saber que Jacó tinha retornado a sua terra, ele estava tosquiando suas ovelhas (V. 19), no mesmo instante em que Raquel toma os ídolos do lar, furtando-os de seu pai. Prefiro enxergar esse episódio diferente de alguns que informam que a intenção de Raquel era apenas garantir sua possessão e de seus filhos. Sobretudo, diferente de Sara e Rebeca que haviam adotado o Deus dos patriarcas quando foram a terra prometida, Raquel não desistiu de seus ídolos pagãos ou dos costumes de sua casa.

A superioridade de Labão no encalço de Jacó foi percebida. Rapidamente ele arma sua tenda promisso da caravana de Jacó e vem até ele com exortações. Ele teria feito o mal a Jacó, não fosse a aparição do Anjo do Senhor dizendo: “Cuidado! Não fales a Jacó nada de bem nem de mal” (Gn 31:29).

Labão queria sangue, mas não poderia ser o de Jacó. Então ele faz Jacó saber que seus deuses haviam sido roubados, o malfeitor pagaria com a vida. Labão trata de busca-los na tenda de suas filhas. Raquel informa estar no costume das mulheres e ao menos se levanta para receber seu pai. Ela estava assentada sobre as estatuetas.

Três dias depois, Labão foi avisado de que Jacó havia fugido.
Então, levando consigo seus parentes, perseguiu Jacó durante sete dias de jornada; e alcançou-o nas montanhas de Gileade.
Mas Deus apareceu de noite em sonho a Labão, o arameu, e disse-lhe: Cuidado! Não fales a Jacó nada de bem nem mal.
E Labão alcançou Jacó. Este havia armado sua tenda nas montanhas; Labão, juntamente com seus parentes, armou também sua tenda nas montanhas de Gileade.
Então Labão disse a Jacó: Que fizeste? Tu me enganaste e levaste minhas filhas como prisioneiras da espada?
Por que fugiste às escondidas e me enganaste, sem revelar-me nada? Eu te despediria com alegria e com cânticos, ao som de tambores e de harpas.
Por que não me permitiste beijar meus filhos e minhas filhas? Procedeste como um louco.
Está em meu poder fazer-vos o mal, mas o Deus de vosso pai falou-me ontem à noite: Cuidado! Não fales a Jacó nada de bem nem de mal.
Mas já que quiseste ir embora, porque tinhas saudades da casa de teu pai, por que furtaste os meus deuses?
Respondeu-lhe Jacó: Tive medo, pois dizia comigo mesmo que tirarias de mim tuas filhas.
Porém aquele com quem achares os teus deuses não viverá; diante de nossos parentes, verifica se o que é teu está comigo e leva-o contigo. Pois Jacó não sabia que Raquel os havia furtado.
Então Labão entrou na tenda de Jacó, na tenda de Leia e na tenda das duas servas, e não os achou; e, saindo da tenda de Leia, entrou na tenda de Raquel.
Raquel havia pegado os ídolos e posto na sela do camelo, sentando-se em seguida sobre eles. Labão apalpou toda a tenda, mas não os achou.
E ela disse a seu pai: Que a ira nos olhos de meu senhor não se acenda, por não poder me levantar na tua presença, pois estou com o incômodo das mulheres. Assim ele procurou, mas não achou os ídolos.
Então Jacó ficou indignado e discutiu com Labão, dizendo: Qual é a minha transgressão? Qual é o meu pecado, pelo qual tão furiosamente me tens perseguido?
Depois de teres apalpado todos os meus bens, que achaste de todos os bens da tua casa? Põe-no aqui diante de meus parentes e de teus parentes, para que eles julguem entre nós dois.
Estes vinte anos estive contigo; as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca abortaram, e jamais me alimentei dos carneiros do teu rebanho.
Eu não trazia para ti o despedaçado, mas arcava com o prejuízo; de mim exigias tanto o furtado de dia como o furtado de noite.
E assim eu andava; o calor me consumia de dia, e a geada, de noite; e o sono me fugia dos olhos.
Estive vinte anos em tua casa; por tuas duas filhas trabalhei catorze anos para ti, e seis anos por teu rebanho; e dez vezes mudaste o meu salário.
Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão e o Temor de Isaque não fosse por mim, hoje certamente me mandarias embora sem nada. Mas Deus viu a minha aflição e o trabalho das minhas mãos, e repreendeu-te ontem à noite.