Faraó endurece o coração Êx 7: 14-18
Faraó endurece o coração. É a primeira vez que faraó endurece seu coração. Já discutimos aqui os dois termos bíblicos: “endurece o coração” ou “endurecerei o coração de Faraó”. Faraó não ceder e não vai ceder. Aqui temos a primeira menção de muitas outras onde o coração de Faraó é emoldurado pela própria obstinação. (7:13; 14:22; 8:15, 19,32; 9:7,34; 35: 13,15). Adiante o próprio Deus contribuirá com esse fator, mas não agora.
Nesse ínterim Deus orienta que Moisés chegue a Faraó e anuncie as maselas que decorrerão como resultado de sua desobediência e obstinação. Faraó como deus não se curvará a outro Deus. “Se Deus é o verdadeiro Deus dos israelitas, por quê então os permitiu ficar debaixo de minhas mãos?” Se Ele bem quisesse o bem de seu povo, há muito teria os libertado do Egito. Mas não fez, faraó mesmo não vai fazer.
Faraó era um deus?
Dentro de contexto de civilização, os egípcios, consideravam os faraós como deuses vivos. Na crença egípcia, os Faraós eram governantes tidos como filhos diretos do deus Osíris, por isso agiam como intermediários entre os deuses e a população egípcia. Faraó era o principal governante do Egito. Vale considerar que mitos indicavam que Osíris seria na verdade um mítico faraó que teria governado o Egito. Mas não é só essa a crença egípcia.
Os faraós eram administradores completos de suas grandes cidades-estados, possuíam todo o poder que variava em funções de rei, juiz, sacerdote, tesoureiro, e mesmo comandante general. Não obstante ao que já foi dito, poderiam ser facilmente ser tratados como um deus vivo: filho do Sol (Amon-Rá) e encarnação de Hórus (deus falcão).
Moisés vai a faraó
E lhe dirás: O SENHOR, o Deus dos hebreus, enviou-me a ti para dizer-te: Deixa o meu povo ir, para que me cultue no deserto. Até agora não o tens atendido. - Êxodo 7:16
Deus promete ferir o Nilo diante de Faraó e ferir o Nilo era ferir outro pseudo-deus. O Nilo não é um rio comum. Frequentemente temos debates entre quais rios é o maior - Nilo ou Amazonas - debate insignificante visto que para os egípcios o Nilo é o próprio Osíris, deus dos mortos, da vegetação e da fecundidade, o rio era o seu legitimo representante. Era Osíris que buscava as almas dos mortos para serem julgadas em seu Tribunal.
Faraó nunca admitiria a hipótese de Moisés ter poderes para prejudicar aquele que era um dos maiores símbolos de misticismo, propriedade, cultura e prosperidade egípcia. Moisés não teria esse poder, muito menos esse Deus.
