As parteiras desobedecem a Faraó Êxodo 1: 15-22

As parteiras desobedecem a Faraó. Além de tudo que estava sendo feito (trabalhavam como escravos na produção de tijolos, trabalhos relacionados ao campo e/ou qualquer outro serviço relativo a trabalho escravo), faraó ordena que as parteiras hebreias matem os filhos masculinos dos hebreus. Moisés faz questão de registrar o nome de duas delas: Sifrá e Puá (Êxodo 1: 15-16). O plano de Faraó é antagônico a função das parteiras, visto que seu trabalho é preservar, conservar e garantir a vida, tanto de mãe como de filho(a) durante o parto.

Dito isso, é bom que se saiba que o povo de Deus, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento preservavam a vida. Os gregos, por exemplo, descartavam crianças com deformidades, tida como generalizada na Grécia antiga, atitude defendida inclusive por Platão, embora não haver documentação histórica que comprove essa prática como generalizada na Grécia antiga, mas foi, sem dúvida uma prática adotada, não somente na Grécia, mas, ainda adiante pelos Romanos.

Quem eram Sifrá e Puá?

Muito se tem discutido sobre as parteiras Sifrá e Puá, o Talmude de Rashi, rabino judeu do século XI, na passagem do Êxodo identifica Sifrá com Joquebede, a mãe de Moisés, e Puá com Miriã, irmã de Moisés, deduzindo-se que as duas parteiras sejam mãe e filha, respectivamente.

No entanto, no Midrash Tadshe (em Êxodo 1:15), presume-se que Puá, fosse uma prosélita, não sendo a mesma pessoa de Miriã. O nome de Puá pode ser interpretado como uma expressão de 'clamor' (Isaías 42:14, por exemplo, traduz o hebraico pa'ah como 'clamar' ou 'gemer').

Comentaristas têm interpretado Êxodo 1:20-21 de várias maneiras. Alguns estudiosos argumentam que as duas metades de cada verso são paralelas, de modo que sejam os israelitas ("que se multiplicaram e cresceram muito") para os quais Deus "construiu casas". Isso se encaixa com a referência em Êxodo 1:1 para os filhos de Israel que desciam ao Egito, cada um com sua 'casa'.

Faraó descobre o engano das parteiras

Não demorou até que Faraó percebesse a desobediência, mas Sifrá e Puá tinham a resposta correta: “As mulheres hebreias não são como as egípcias; elas são fortes". Antes que a parteira chegue, já deram à luz, completam.”(V. 19).

O povo de Deus ia se fortalecendo até que Faraó ordene que sejam lançados no Nilo todos os meninos, conservando em vida apenas as meninas. Sifrá e Puá receberam o favor de Deus e constituíram casa e família, enquanto seguiam em sua missão de enganar a Faraó em defesa dos hebreus.

O rei do Egito falou às parteiras das hebreias, das quais uma se chamava Sifrá e a outra Puá:
Quando ajudardes as hebreias no parto, e as virdes sobre os assentos, se for menino, matai-o; mas, se for menina, poderá viver.
As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como o rei do Egito lhes havia ordenado, mas deixaram os meninos com vida.
Então o rei do Egito mandou chamá-las e as interrogou: Por que fizestes isso, deixando com vida os meninos?
As parteiras responderam ao faraó: As mulheres hebreias não são como as egípcias; elas são fortes. Antes que a parteira chegue, já deram à luz.
Por isso, Deus foi bom para com as parteiras. E o povo aumentou e se fortaleceu muito.
Como as parteiras temeram a Deus, ele permitiu que tivessem suas próprias famílias.
Então o faraó ordenou a todo o seu povo: Lançai no rio todos os meninos que nascerem, mas deixai viver todas as meninas.