A travessia do mar vermelho Êx 14: 15-25
A travessia do mar vermelho. Temos um dialogo no mínimo cômico contracenado entre Deus e Moisés: “Por que clamas a mim? Ordena aos israelitas que marchem” (V. 15). Uma pergunta seguida de uma ordem. No entanto, não dava pra marchar! A rota por terra, oposta ao mar, levaria Israel a um confronto direto com os egípcios.
Deus já os havia poupado da guerra com os filisteus (Êx 13:17) – muito menos aqui diante dos egípcios. A outra rota exigia nado, não marcha – uma vez que ninguém poderia prever que as aguas se abrirão – mesmo para o mais genuíno israelita. Mas Deus exige: “Por que clamas a mim? Ordena aos israelitas que marchem”. Deus está ensinando a confiar em sua provisão... experimentar uma vida de fé. O que ele está dizendo é:
- Primeiro vocês dão o passo... depois as águas de abrem!
O mar se abre
Deus envia Moisés a frente e ele destranca o mar com uma chave de madeira, o cajado em sua mão, o mesmo contracenado diante de faraó no tempo da negociação. Todo processo foi cautelosamente pensado por Javé enquanto Israel está guarnecido na retaguarda. O anjo do Senhor e a coluna de nuvem vieram para traz de Israel separando as duas divisões, de modo que não se viam. (Vs. 19,20)
A travessia do mar se dá no outro dia. Durante a noite um vento vindo do leste dividiram as aguas do mar de modo a fazer que os filhos de Israel pudesse atravessar em terra seca. Temos aqui o uso de um fenômeno natural, por vezes traduzido por “um vento oriental” que em nada diminui a natureza milagrosa da ação de Deus. O vento formou das águas, uma parede em cada lado do seu caminho e o mar foi aberto. (V.22)
Quando os egípcios perceberam que não poderiam contra Israel, já estavam no meio do mar, com suas rodas travadas, sem qualquer condição de seguir nem para um lado, nem para outro. Quando eles perceberam o que deveriam ter percebidos há muito tempo, era tarde demais:
Ele travou as rodas dos seus carros para andarem com dificuldade. Então os egípcios disseram: Fujamos de Israel, pois o SENHOR combate por eles contra os egípcios. Êx 14:25
Onde ocorreu a travessia do mar vermelho geograficamente?
Quando os israelitas saíram do Egito eles pegaram a rota em direção ao mar vermelho. Essa direção é a sudeste e está em harmonia com Êx 13:17. Todos os lugares mencionados na bíblia podem ser comprovados com diversos achados arqueológicos provavelmente próximo ao Istmo de Suez.
É bom que se entenda que temos geograficamente um acidente topográfico da península do Sinai, o mar vermelho se abre em dois braços: “Golfo de Suez (esquerda) e Golfo de Aqaba (direita)”. Aqui é o real e o provável lugar onde os israelitas atravessaram o mar vermelho, em um lugar mais estreito do mar.
Ninguém sabe ao certo o lugar onde os hebreus atravessaram o Mar Vermelho, embora no século passado o arqueólogo Ron Wyatt tivesse dito saber, mas sem devida comprovação. Depois outro professor, o Abdel Muhammad Gader, que afirmava ser da Faculdade de Arqueologia da Universidade do Cairo (o que também não era) afirmou algo semelhante; mas ambos sem provas conclusivas.
Mar vermelho ou Mar de Juncos?
Alguns estudiosos levantam a ideia de que o termo traduzido por mar vermelho não tivesse sido traduzido corretamente. A expressão "Mar Vermelho" parece ter sido traduzida de forma incorreta do hebraico. O que de fato teria ocorrido é que Moisés e seu povo teriam cruzado "mar de juncos". Juncos é uma variedade de plantas que costumam crescer em brejos.
O termo bíblico ʼagh·móhn talvez tenha incluído as diversas espécies de juncos, bem como as plantas semelhantes ao junco, da família do carriço, que crescem as margens de água.
Se for assim, seria uma explicação mais logica apontando ao que de fato tivesse acontecido. Uma hipótese plausível em que “mar vermelho”, nada mais é do que um pântano raso com juncos. Eis o motivo, conforme essa hipótese, que as bigas egípcias (carros de faraó) teriam ficado presas.
A imagem dos egípcios se afogando seria a liberalização de uma metáfora para a humilhação dos egípcios. Uma forma poética de abordar a destruição dos egípcios diante de faraó, linguagem comum utilizada no texto sagrado.
Mar vermelho foi um erro de tradução?
Concluímos que o nome mar vermelho já aparecia tanto na septuaginta como também na bíblia de Jeronimo, portanto não foi um erro de tradução, visto que ambas são bem mais antigas do que a Kim James. (300 a.C e 400 d.C, respectivamente).
O termo agam’ אגם é uma palavra de origem egípcia e pode referir-se a junco, cana, planta aquática, ou qualquer outra categoria de vegetação. O termo yam ים agam’ אגם, o mesmo que "Mar vermelho", aparece em sua forma hebraica diversas vezes tanto para se referir aos lagos amargos do delta do Nilo, o canal de Suez e ao canal de Aqca, tornando assim difícil aceitar essa teoria.