Alguns povos tinham por hábito impor artificialmente a calvície, por raparem a cabeça em época de pesar pelo falecimento de um parente, ou por motivos religiosos, mas proibiu-se aos israelitas praticar isso. (De 14:1) Os sacerdotes receberam uma ordem específica de não se fazerem calvos, nem rapar as extremidades da barba por causa dos mortos. (Le 21:5) Ordenou-se a Israel que não se cortassem as madeixas laterais, nem a extremidade da barba. — Le 19:27; Je 9:26; veja BARBA. No Egito, os homens geralmente rapavam a cabeça, e encaravam as barbas compridas como sinal de luto ou de desleixo pessoal. Por este motivo, José, quando tirado da prisão, fez a barba antes de ser conduzido à presença do Faraó. (Gên 41:14) No entanto, os egípcios cobriam a calva com perucas, e muitos dos que rapavam a cabeça e a barba usavam perucas e amarravam barbas postiças. No Papiro Ebers, um tratado médico egípcio que data do segundo milênio AEC, há 11 receitas para evitar a calvície. Na Lei, alguém com lepra na cabeça tinha de rapar a cabeça no início de seu período de quarentena, no dia de sua purificação, e, novamente, no sétimo dia. (Le 13:33; 14:8, 9) Se um nazireu ficasse aviltado, então, na ocasião de efetivar-se a sua purificação, ele rapava a cabeça. (Núm 6:9) A mulher cativa, que um soldado israelita fosse tomar como esposa, tinha de rapar a cabeça. — De 21:12. As tropas de Nabucodonosor sofreram calvície temporária durante o sítio estrênuo e difícil da cidade continental de Tiro. Jeová disse a Ezequiel que “toda cabeça ficou calva e todo ombro ficou esfolado”, ao passo que a força militar de Nabucodonosor prestou “um grande serviço” na execução do julgamento em Tiro. A cabeça deles ficou calva pela fricção dos capacetes, e os ombros ficaram esfolados pelo atrito dos materiais (para a construção de torres e fortificações). — Ez 26:7-12; 29:17, 18. Em alguns lugares, nos dias dos apóstolos, tais como na cidade imoral de Corinto, as mulheres apanhadas em adultério ou em fornicação eram punidas por se lhes rapar a cabeça. As escravas tinham os cabelos cortados bem curtos. Paulo, pelo que parece, aproveita tal circunstância para uma ilustração, mostrando que a mulher, na congregação cristã, que orasse ou profetizasse com a cabeça descoberta, embora tivesse os cabelos como cobertura, bem que poderia ir mais além e mostrar sua vergonha em desrespeitar o princípio de Deus sobre quem é cabeça por rapar completamente seus cabelos. — 1Co 11:3-10.