Grego: pedra, grego: rocha Antes de se tornar um dos doze discípulos de Cristo, Simão era pescador. Teria nascido em Betsaida e morava em Cafarnaum. Era filho de um homem chamado João ou Jonas e tinha por irmão o também apóstolo André. Simão e André eram empresários da pesca e tinham sua própria frota de barcos, em sociedade com Tiago, João e o pai destes, Zebedeu. Possivelmente Pedro era casado e tinha pelo menos um filho. Sua esposa era de uma família rica e moravam numa casa própria, cuja descrição é muito semelhante a uma vila romana. na cidade romana de Cafarnaum. Segundo o relato em Lucas 5:1-11, no episódio conhecido como Pesca milagrosa, Pedro teria conhecido Jesus quando este lhe pediu que utilizasse uma das suas barcas, de forma a poder pregar a uma multidão que o queria ouvir. Pedro, que estava a lavar redes com Tiago e João, seus sócios e filhos de Zebedeu, concedeu-lhe o lugar na barca, que foi afastada um pouco da margem. No final da pregação, Jesus disse a Simão que fosse pescar de novo com as redes em águas mais profundas. Pedro disse-lhe que tentara em vão pescar durante toda a noite e nada conseguira mas, em atenção ao seu pedido, fá-lo-ia. O resultado foi uma pescaria de tal monta que as redes iam rebentando, sendo necessária a ajuda da barca dos seus dois sócios, que também quase se afundava puxando os peixes. Numa atitude de humildade e espanto Pedro prostrou-se perante Jesus e disse para que se afastasse dele, já que era um pecador. Jesus encorajou-o, então, a segui-lo, dizendo que o tornaria pescador de homens. Nos evangelhos sinóticos, o nome de Pedro sempre encabeça a lista dos discípulos de Jesus, o que na interpretação da Igreja Católica Romana deixa transparecer um lugar de primazia sobre o Colégio Apostólico. Não se descarta que Pedro, assim como seu irmão André, antes de seguir Jesus, tenha sido discípulo de João Batista. Outro dado interessante era a estreita amizade entre Pedro e João Evangelista, fato atestado em todos os evangelhos, como por exemplo, na Última Ceia, quando pergunta ao Mestre, através do Discípulo amado (João), quem o haveria de trair ou quando ambos encontram o sepulcro de Cristo vazio no Domingo de Páscoa. Fato é que tal amizade perdurou até mesmo após a Ascensão de Jesus, como podemos constatar em Atos dos apóstolos, na cena da cura de um paralítico posto nas portas do Templo de Jerusalém.Talvez tenha sido por volta do mesmo ano (36 EC) que Paulo fez a sua primeira visita a Jerusalém como converso cristão e apóstolo. Ele foi “visitar a Cefas [Pedro]” e passou 15 dias com ele, vendo também Tiago (meio-irmão de Jesus), mas nenhum dos outros apóstolos originais. — Gál 1:18, 19; veja APÓSTOLO (Apostolados Congregacionais). Segundo a evidência disponível, foi em 44 EC que Herodes Agripa I executou o apóstolo Tiago, e, ao ver que isso agradava aos líderes judeus, prendeu Pedro a seguir. (At 12:1-4) A congregação fez ‘orações intensas’ a favor de Pedro, e o anjo de Jeová libertou-o da prisão (e provavelmente da morte). Depois de relatar sua soltura milagrosa aos que estavam na casa de João Marcos, Pedro pediu que se relatasse isso “a Tiago e aos irmãos”, e então Pedro “viajou para outro lugar”. — At 12:5-17; compare isso com Jo 7:1; 11:53, 54. A próxima vez que ele consta no relato de Atos é na assembléia de “apóstolos e anciãos” realizada em Jerusalém para considerar a questão da circuncisão dos gentios convertidos, provavelmente no ano 49 EC. Depois de considerável disputa, Pedro levantou-se e deu testemunho a respeito dos tratos de Deus com crentes gentios. Que “a multidão inteira ficou calada” atesta o vigor do argumento, e, provavelmente, também o respeito que tinham por ele. Pedro, igual a Paulo e Barnabé, cujo testemunho se seguiu, a bem dizer estava no banco das testemunhas perante a assembléia. (At 15:1-29) É evidentemente com referência a esta ocasião que Paulo fala de Pedro, junto com Tiago e João, como “homens de destaque”, “que pareciam ser colunas” na congregação. — Gál 2:1, 2, 6-9. À base do registro como um todo, é evidente que Pedro, embora certamente tivesse algum destaque e fosse respeitado, não tinha primazia sobre os apóstolos no sentido, ou à base, de gozar duma posição ou cargo designado. Assim, quando a obra de Filipe em Samaria mostrou ser frutífera, o relato diz que os apóstolos, evidentemente atuando como corpo, ‘mandaram Pedro e João’ em missão para Samaria. (At 8:14) Pedro não continuou permanentemente em Jerusalém, como se sua presença fosse essencial para o devido governo da congregação cristã. (At 8:25; 9:32; 12:17; veja também ANCIÃO; SUPERINTENDENTE.) Ele atuou em Antioquia, na Síria, na mesma época em que Paulo estava ali, e Paulo achou certa vez necessário repreender Pedro (Cefas) “face a face . . . na frente de todos”, porque Pedro se envergonhara de comer e de similarmente se associar com cristãos gentios, por causa da presença de certos cristãos judeus que vieram da parte de Tiago, de Jerusalém. — Gál 2:11-14.