Os egípcios, em tempos muito remotos, empregavam para escrever uma substância que até certo ponto se assemelhava ao papel, e se chamava papiro. Este nome era derivado da haste da cana do papiro, uma planta que se encontra nos rios e lagos do Egito e da Palestina. o processo de manufatura era fácil, embora fosse aborrecido. Quando a casca exterior era tirada da cana, a entrecasca era cortada em partes muito delgadas. Estas eram, então, colocadas ao lado umas das outras sobre uma mesa, e cuidadosamente unidas e alisadas, aderindo inteiramente depois de serem umedecidas com cola e água, e postas numa prensa. Cada folha era composta de duas camadas, uma em que as tiras corriam horizontalmente, sendo a outra formada de tiras cruzadas com as primeiras. Depois secavam-se as folhas ao sol, eram polidas as superfícies, ficando então preparadas para se escrever sobre elas. Para cartas e pequenos documentos era suficiente uma simples folha - mas quando se tratava de uma obra grande, eram várias folhas grudadas. Quando isaías fala dos prados (noutras versões ‘cana para papel’), refere-se à aparência do papiro - e a passagem em 2 Jo 12 é uma referência a uma certa folha, que se fabricava para escrever. Grandes quantidades de documentos particulares, oficiais e literários, escritos sobre papiro, têm sido descobertas no Egito, nos últimos anos, lançando grande luz sobre os costumes e linguagem dos egípcios desde o ano 500 (a.C.), pouco mais ou menos, até 600 (A.D.). 2. Do nome papiro deriva-se a nossa palavra papel. A altura desse junco ou cana das lagoas do Egito é de 3,5 metros a 4,5 metros. Como a haste é flexível, emprega-se na fabricação de cordas, cestos, etc. Que os caules se podem entrelaçar muito bem, deduz-se de ser feito dessa planta o berço em que Moisés foi exposto, e até embarcações de certa grandeza se faziam com esse junco, as quais serviam para armazenar gêneros. A passagem de Jeremias (15.16) talvez tenha a sua explicação no fato de serem as sumarentas raízes empregadas na alimentação, e de servir a parte superior da haste para nela se escrever depois da devida preparação. (*veja Livro.) Em isaías (58.5), bem como em Mateus (11.7), há uma referência clara a determinada cana, muito alta, que cresce livremente no país, e que se curva pela ação de uma forte ventania, levantando-se logo que cesse a pressão.