Livro de Oseias
Escrito nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, Reis em Judá, entre os anos de 755 - 710 a.C, Oseias começou seu ministério nos últimos dias de Jeroboão II em Israel e para Israel. O significado de seu nome parece incorporar o teor de sua vida e missão. Ò termo hebraico Howshea הושע quer dizer "Salvação" e pareçe mesmo ter sido sua missão: proporcionar salvação a um reino em decadencia.
Mesmo Israel desfrutando de paz política e riqueza material, não impediu à Israel (Efraim) de enveredar por caminhos de promiscuição e quilinídeo espiritual. Sua contundente vida e mensagem tem duas características principais:
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O seu zelo na condenação do pecado de israel, visto como tinham os israelitas abandonado a adoração ao Senhor, caindo na idolatria;
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O grande desejo que manifestou pelo arrependimento dos pecadores para receberem o perdão de Deus.
Divisão do Livro de Oseias
Podemos resumir o conteúdo do livro da seguinte maneira: l. os caps. 1 a 3 apresentam um quadro descritivo das relações existentes entre o Senhor e o Seu povo. Gomer foi a esposa infiel do profeta Oseias; o relacionamento de Oseias com ela era um simbolismo do relacionamento de Deus com a desobediente Israel.
A figura desta mulher, infiel a seu marido - mas essa mulher foi por ele arrancada, porque lhe tinha grande amor, da companhia do seu amante, e a admitiu novamente em casa, esperando que ela, mergulhada na sua dor, se arrependesse, a fim de que se realizasse entre os dois uma perfeita comunhão.
Para tornar mais vivamente real a narrativa, acham-se nesta incorporadas as próprias experiências do Profeta, passadas ou na sua vida doméstica, ou em sucessivas visões em que ele próprio toma a parte do marido atraiçoado.
2 Os caps. 4 a 14 encerram vários discursos proféticos, proferidos em tempos diferentes, desde a última parte do reinado de Jeroboão II até certo tempo, que precede em curto intervalo a queda de Samaria.
Os principais tópicos são várias vezes repetidos - Oculto do bezerro em Betel - As desmoralizadoras idolatrias dos lugares altos - A conseqüente corrupção moral dos sacerdotes e do povo - O procedimento desleal e infiel do povo nas suas alianças pagãs, ora com a Assíria, ora com o Egito.
Oseias passa sem interrupção da severa acusação para uma terna repreensão - e esta é seguida de repetidos e amorosos apelos, com promessas de restauração, expostas na mais patética linguagem.
Conclusão de Oseias
E a conclusão é uma passagem de grande beleza, em que a melancolia e aparente dureza dos precedentes traços são substituídos por descrições de excelente suavidade, que lembram os Cantares de Salomão.
O estilo do profeta é veemente e desordenado, conservando um pouco aquele formal paralelismo, característico da poesia hebraica. Há muitas referências aos acontecimentos que se narram no Pentateuco, Josué, Juizes e Samuel - e nota-se certa correspondência com passagens do livro de Amós.
As citações de Oséias no N. T. são: o Filho do Senhor, chamado do Egito (11.1), Mt 2.15 - rejeição e restauração (1.10 e 2.23), Rm 9.25,26 e 1 Pe 2.10 - a grande declaração ‘misericórdia e não sacrifício’ (6.6), Mt 9.13 e 12.7 - e a promessa da destruição da morte (13.14), 1 Co 15.55,56.