Tudo o que se sabe, quanto à autoria do livro, se encerra no seu primeiro versículo (Na 1.1). Pode inferir-se a DATA da profecia pela natureza da mensagem. Naum devia ter profetizado no reinado de Ezequias, depois que as dez tribos foram levadas cativas - foi, certamente, entre as duas invasões de Senaqueribe. Tehas, a ‘populosa Nô’ (Nô-Amom), tinha sido tomada e saqueada(Na 3.8 a 10) por Assurbanipal (664 a.C.) - e pela destruição de Tebas prediz o profeta a sorte de Nínive. Nínive, cuja destruição é anunciada pelo profeta, era, naquela ocasião, a capital de um grande e florescente império. Era uma cidade de grande extensão e população, e centro do comércio principal do mundo. As suas riquezas, porém, não eram inteiramente provenientes da vida comercial. Era uma cidade de sangue, que estava ‘toda cheia de mentiras e de roubo’ (3.1). Espoliava as nações vizinhas, e é comparada pelo profeta a uma família de leões, que ‘enchia de vítimas as suas cavernas, e os seus covis de rapina’ (2.11,12). Naquele tempo achava-se extraordinariamente fortificada, sendo colossais as suas muralhas, que tinham 33 metros de altura, possuindo além disso mil e quinhentas torres, pelo que podia desafiar todos os seus inimigos. A sentença que Jonas tinha pronunciado foi adiada pelo arrependimento do povo. Mas os seus pecados, repetidos e agravados, trouxeram então sobre ela uma irrevogável sentença. E de tal maneira foi a cidade destruída, que no segundo século depois de Cristo não havia dela qualquer vestígio. E o seu próprio sítio foi, por muito tempo, um assunto de dúvida e incerteza. o conteúdo do livro acha-se apresentado sob a forma de um simples poema, abrindo com a solene descrição dos atributos e operações do Senhor (1.2 a 8). Segue-se (1.9 a 14) uma alocução, dirigida aos assírios, em que se descrevem a confusão e a queda do seu império, encerrando os vers. 12 e 13, num parêntese, uma consolação para os israelitas, com promessas de descanso e de socorro na opressão. o cap. 2º é um quadro, em que o cerco, a tomada de Nínive, e a consternação dos seus habitantes se acham admiravelmente descritos. o cap. 3º trata da ruína total da cidade e das várias causas que para isso contribuíram. o exemplo de Nô-Amom (ou Tebas), grande e forte cidade do Egito, que caiu pela sentença de Deus, é aproveitado para ilustrar o castigo que os assírios haviam de receber (3.8 a 10).