Quem foi a Mulher Samaritana?
Hebraico: de Samaria
Um dos encontros mais fantásticos de Jesus foi o ocorrido com a Mulher Samaritana. Este episódio ocorre após o retorno de Jesus à Galileia de acordo com Andrew Lincoln. Culturalmente, havia grande inimizade entre os judeus e os samaritanos, que eram considerados um povo de origem mista pelos judeus.
Este episódio é citado como sendo um paradigma para o nosso engajamento com a verdade no livro da cúria romana Uma reflexão cristã na Nova Era, pois o diálogo diz: Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos (versículo 22) e oferece um exemplo de Jesus como sendo o portador da água da vida.
A passagem que está contida em João 4:10-26 é por vezes chamada de discurso sobre a Água da Vida, que complementa o discurso do Pão da Vida... Os Judeus e os Samaritanos estavam envolvidos em uma disputa secular de ódio, preconceito e discriminação.
Este conflito remonta do episódio após a morte do rei Salomão, quando aconteceu a revolta das tribos de Israel, conhecido como Cisma. O reino foi dividido em duas partes. O reino de Judá, mais ao sul sob o comando de Roboão (filho de Salomão) e o reino de Israel ao norte comandado por Jeroboão.
O Dilema entre os Judeus e Samaritanos
O reino do norte, reino de Israel que englobava dez tribos, foi posteriormente invadido pelos assírios. Os assírios tinham como tática miscigenar a população conquistada através de casamentos, diminuindo o seu sentimento nacionalista e evitando possíveis revoltas por independência. Isso fez com que os habitantes do reino do norte fossem considerados como pagãos pelos demais Judeus.
O conflito ainda se intensifica quando em 586 a.C., o reino de Judá cai perante o inimigo, e uma parte da sua população é deportada para a Babilônia. Depois de sua libertação feita por Ciro II em 537 a.C., estes decidem reconstruir o templo de Jerusalém. Os samaritanos oferecem então a sua ajuda, mas esta é rejeitada, tal como descreve o Livro de Esdras.
Outras fontes dão também outros pontos a ser considerado, mas se tiver como referência o Livro de Esdras, a ruptura religiosa entre judeus e samaritanos teria ocorrido depois de 500 a.C. Porém, dado que há incertezas quanto à data de redação dos textos, conteúdo e aplicação do mesmos, subsistem dúvidas.
E por isso que alguns estudiosos consideram que a ruptura ocorreu após o retorno de Neemias em 445 a.C.; o começo da história samaritana propriamente dita situar-se-ia no começo da época helenística, com a construção de um templo rival ao de Jerusalém, no monte Gerizim, em Siquém. Foi, inclusive, sobre este, que a Mulher Samaritana Aborda o tema perante o Senhor.