O autor deste livro apresenta-se como ‘Miquéias, morastita’, e diz ter profeticamente falado ‘nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá’ (1.1). A afirmação de que ele ‘profetizou noa dias de Ezequias’ (Jr 26.18) não limita o seu trabalho àquele reinado. o conteúdo do livro pode dividir-se em quatro seções principais: (1) cap. 1º, os juízos de Deus sobre israel e Judá - (2) caps. 2 e 3, prova da necessidade destes juízos - (3) caps. 4, 5, a promessa - (4) cap. 6, colóquio entre o Senhor e o Seu povo - cap. 7, epilogo: lamentações e esperança do profeta. Miquéias anuncia em termos claros a invasão de Salmaneaer e Senaqueribe (1.6 a 16) - a dispersão de israel (5.7,8) - a cessação da profecia (3.6,7) - a completa destruição de Jerusalém (3.12). E não menos claramente ele prediz o livramento de israel (2.12 - 4.10 - 5.8) - a terra natal do rei messiânico (5.2) - a promulgação do Seu Evangelho desde o Monte Sião - os seus resultados - e a exaltação do reino do Messias sobre todas as nações. o estilo de Miquéias tem muito da beleza poética de isaías e do vigor de oséias mas é por vezes obscuro pela sua concisão e repentinas transições. Abundante em exemplos de jogo de palavras e notáveis interrogações oratórias. A sua missão especial, como arauto do juízo vindouro, torna predominante a severidade do tom - mas toda a aspereza é suavizada pela maneira bela como o profeta fecha o livro. As citações que de Miquéias se fazem no N. T. são de importância: (5.2) o nascimento em Belém, do Messias, Mt 2.6. Esta passagem é especialmente notável por ter sido citada pelos sacerdotes e escribas de Jerusalém, como profecia concernente ao Messias, e por todos aceita. (Cp. com Jo 7.42.) Há, também, admirííveis reproduções da linguagem do profeta (7.6) em Mt 10.35,36 - Mc 13.12 - e Lc 12.53 - e do cap 7.20 em Lc 1.73.