Quando um homem e sua esposa haviam tido relações sexuais com emissão de sêmen, eles tinham de se banhar e eram impuros até à noitinha. (Le 15:16-18) Se o fluxo menstrual da esposa inadvertidamente havia começado durante as relações sexuais, então o marido ficava impuro por sete dias, assim como a esposa. (Le 15:24) Se eles deliberadamente mostravam desprezo para com a lei de Deus e tinham relações sexuais enquanto ela menstruava, impunha-se a pena de morte ao homem e à mulher. (Le 20:18) Pelos motivos acima mencionados, quando se exigia pureza cerimonial, como, por exemplo, quando homens eram santificados para uma expedição militar, eles eram obrigados a abster-se de relações sexuais com a esposa. — 1Sa 21:4, 5; 2Sa 11:8-11. O parto também significava um período de impureza para a mãe. Se o bebê era menino, ela ficava impura por sete dias, assim como durante o período de menstruação. No oitavo dia, o menino era circuncidado, mas a mãe, durante outros 33 dias, era impura no que se referia a tocar em alguma coisa santa ou a entrar no santuário, embora não tornasse impuro tudo o que ela tocasse. Se o bebê era menina, este período de 40 dias era duplicado: 14 dias mais 66 dias. Assim, desde o nascimento, a Lei distinguia entre macho e fêmea, designando a esta uma posição subordinada. Em ambos os casos, no fim do período de purificação, ela devia trazer um carneirinho de menos de um ano de idade para uma oferta queimada, e um pombo novo ou uma rola para uma oferta pelo pecado. Se os pais eram pobres demais para trazer um carneirinho, como no caso de Maria e José, então duas rolas ou dois pombos serviam para os sacrifícios de purificação. — Le 12:1-8; Lu 2:22-24. Por que dizia a Lei mosaica que as relações sexuais e o parto tornavam a pessoa “impura”? Surge a pergunta: Por que coisas normais e corretas, tais como a menstruação, as relações sexuais entre os casados e o parto eram encarados na Lei como tornando a pessoa “impura”? Em primeiro lugar, elevava as relações mais íntimas do casamento ao nível de santidade, ensinando a ambos os cônjuges o autodomínio, um elevado respeito pelos órgãos reprodutivos, e respeito pela santidade da vida e do sangue. Os benefícios higiênicos derivados da escrupulosa observância destes regulamentos também já foram comentados. Mas, o assunto ainda tem outro aspecto. No princípio, Deus criou os impulsos sexuais e a faculdade de procriação no primeiro homem e na primeira mulher, e ordenou-lhes que coabitassem e tivessem filhos. Portanto, não era pecado para o casal perfeito ter relações sexuais. Todavia, quando Adão e Eva desobedeceram a Deus, não na questão de relações sexuais, mas por comerem do fruto proibido, ocorreram mudanças drásticas. De repente, sua consciência afligida pela culpa fez com que se apercebessem da sua nudez, e imediatamente cobriram seus órgãos genitais, ocultando-os da vista de Deus. (Gên 3:7, 10, 11) Daí em diante, o homem não podia cumprir em perfeição o mandado da procriação, mas, em vez disso, se transmitiria a mácula hereditária do pecado e a pena de morte de pais para filhos. Até mesmo os pais mais retos e tementes a Deus produzem filhos infetados pelo pecado. — Sal 51:5. Os requisitos da Lei referentes às funções dos órgãos reprodutivos ensinavam aos homens e às mulheres autodisciplina, refrearem as paixões e respeitarem os meios de reprodução providos por Deus. Os regulamentos da Lei forçosamente lembravam às criaturas sua condição pecaminosa; não se tratava de meras medidas sanitárias para assegurar a limpeza, ou de prevenções profiláticas contra a disseminação de doenças. Como lembrete da pecaminosidade herdada do homem, era apropriado que tanto o homem como a mulher com fluxos genitais devidos ao funcionamento normal do seu corpo observassem um período de impureza. Se sofressem anormais fluxos prolongados por causa de condições deficientes, exigia-se um período mais extenso de impureza; e, no fim, como também quando a mãe dava à luz, além do banho, era necessário apresentar uma oferta pelo pecado, a fim de que o sacerdote de Deus pudesse fazer expiação a favor da pessoa. Maria, a mãe de Jesus, confessou assim sua pecaminosidade hereditária, reconhecendo que ela não era sem pecados, imaculada, por oferecer um sacrifício expiatório de pecados depois de ter dado à luz seu primogênito. — Lu 2:22-24.