Moisés, Arão, Nadabe e Abiú perante o Senhor no Sinai (Êx 24: 1-18)

Temos aqui uma clara separação entre Moisés e os demais; uma lógica é apropriadamente estabelecida e sequencial. Moisés, somente ele, deveria se achegar perante a face do Senhor, seguido por Arão e seus filhos Nadabe e Abiú que permaneceriam distantes, assim como os demais setenta anciãos de todo o povo, mais distantes ainda.

Como se não bastasse os diversos casos onde a proximidade de Moisés ficará mui bem estabelecida, temos mais uma vez, Deus construindo limites entre a relação dele com Moisés, bem como com a de todos os demais israelitas. Moisés é mais uma vez exaltado como mediador da antiga aliança com um acesso irrestrito a presença Divina maior que a de qualquer outra pessoa.

Quem eram Nadabe e Abiú?

Os dois eram filhos de Arão. Nadabe nasceu no Egito e participou do grande Êxodo junto com Israel. Assim também Abiú, e também os demais 70 israelitas. Em (Êx 24:1, 9-11) podemos perceber que Nadabe e seus três irmãos foram investidos do sacerdócio junto com seu pai. (Êx 28:1; 40:12-16). Mas isso não durou muito, talvez por não valorizar a função/honra que tinham.

Foi exatamente um mês após que Nadabe e Abiú abusaram do seu cargo por oferecer fogo ilegítimo. Embora não sabermos ao certo sobre o que tornou o fogo ilegítimo, mas, provavelmente, foi mais do que apenas a embriaguez (sugerida pela imediata proibição de os sacerdotes beberem vinho ou outra bebida inebriante quando em serviço).

Todavia, a embriaguez talvez tenha contribuído para a sua transgressão. Por isso eles foram mortos por fogo da parte de Deus, e deu-se fim aos seus corpos fora do acampamento. (Le 10:1-11; Nú 26:60, 61) Nadabe e Abiú morreram antes de terem gerado filhos, deixando seus irmãos Eleazar e Itamar fundar as duas casas sacerdotais. — Nú 3:2, 4; 1Cr 24:1, 2.

E Moisés e Arã o, Nadabe e Abiú, e setenta anciãos de Israel, subiram (Êx 24:9)

Moisés esta prestes a receber as “Tabuas da Aliança”, os “Dez Mandamentos”, talhados pelo próprio dedo de Deus; mas não antes que Arão, seus filhos, bem como os demais setenta anciãos comprovassem a presença do Eterno com a visão de uma calçada de pedras de safira brilhando como próprio céu a seus pés. (V. 10). Eles não viram totalmente o Deus de Israel, apenas uma visão parcial de tamanha glória.

Moisés se distancia e sobe ao Monte Sinai

A expressão “safira” mencionada no texto hebraico talvez transmitisse a ideia de lápis-lazúli, disponível em sua forma natural no Chipre e na Cítia, e em forma artificial no Egito. Temos aqui uma indicação que além de verem parcialmente a Gloria de Deus, eles comeram e beberam em sua presença. É aqui talvez a ultima refeição de Moisés pelos próximos quarenta dias.

Moisés sobe ao monte para receber as tabuas da aliança, a léi de Deus, assim como contendo nelas os termos do relacionamento que o povo de Israel teria com o Senhor. Dito isso, sabemos que muito estava pra ser revelado, tal como a construção do tabernáculo, leis civis e morais, além de todo aparato litúrgico, cerimonial e comportamental para os israelitas.

A nuvem cobre o Monte Sinai com Moisés submergido nela, o primeiro de quarenta longos dias. Eles não o verão pelos próximos quarenta dias, apesar de não saber. (Êx 24: 17-18)

Depois disso, Deus falou a Moisés: Subi ao SENHOR, tu e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta anciãos de Israel, e adorai de longe.
Só Moisés se aproximará do SENHOR; os outros não se aproximarão; nem o povo subirá com ele.
Moisés foi e relatou ao povo todas as palavras do SENHOR e todos os estatutos. Então, unânime, todo o povo respondeu: Faremos tudo o que o SENHOR falou.
Então Moisés escreveu todas as palavras do SENHOR. De manhã cedo, ao se levantar, Moisés edificou um altar na base do monte e doze colunas de pedra, segundo as doze tribos de Israel,
e enviou alguns rapazes israelitas, que ofereceram holocaustos e sacrificaram bois ao SENHOR, como sacrifícios pacíficos.
Moisés pegou metade do sangue e colocou em bacias, aspergindo a outra metade sobre o altar.
Também tomou o livro da aliança e o leu diante do povo, que então disse: Faremos em obediência tudo o que o SENHOR falou.
Então Moisés pegou o sangue e o aspergiu sobre o povo, dizendo: Este é o sangue da aliança que o SENHOR fez convosco a respeito de todas estas coisas.
E Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta anciãos de Israel, subiram
e viram o Deus de Israel, sob cujos pés havia algo semelhante a uma calçada de pedras de safira, que brilhava como o próprio céu.
Mas Deus não estendeu a sua mão contra esses israelitas escolhidos; eles viram a Deus e depois comeram e beberam.
Depois dessas coisas, o SENHOR disse a Moisés: Sobe até mim no monte e espera ali. Eu te darei tábuas de pedra com a lei e os mandamentos que escrevi, para que ensines a eles.
Então, juntamente com Josué, seu auxiliar, Moisés levantou-se e subiu ao monte de Deus.
E disse aos anciãos: Esperai-nos aqui, até que voltemos. Arão e Hur ficarão convosco; quem tiver alguma questão, dirija-se a eles.
E, tendo Moisés subido, a nuvem cobriu o monte.
E a glória do SENHOR repousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu durante seis dias. No sétimo dia, do meio da nuvem, Deus chamou Moisés.
Aos olhos dos israelitas, a aparência da glória do SENHOR no alto do monte era como fogo que consome.
Mas Moisés entrou no meio da nuvem, enquanto subia ao monte. Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites.