Diversos termos hebraicos se acham traduzidos pelas palavras ‘estrangeiro’ e ‘estranho’, devendo procurar-se num comentário a sua verdadeira significação. 1. Nekar, Nokri. Um estrangeiro que podia, ou não, entrar em relações com israel. Adora deuses estranhos, e é considerado como inteiramente fora dos interesses do povo de Deus (Gn 35.2 - Êx 12.43). . Zar. Palavra de sentido mais lato, empregando-se a respeito de qualquer pessoa, que está fora de um particular parentesco, isto é, que é estranho à família (Dt 25.5), ou a uma casa sacerdotal (Lv 22. 12), ou à terra (os 7.9). 3. Toshãb. Aquele que por pouco tempo habita entre o povo de israel, mas não entra, como tal, em qualquer boa relação com os israelitas. Liga-se, muitas vezes, à palavra seguinte (Lv 22.10). 4. Ger. Estrangeiro, habitante da terra no melhor sentido. Tem, algumas vezes, uma significação geral, como quando se trata de Abraão em Hebrom (Gn 23.4) e de israel no Egito (Gn 15.13 - Êx 22.21) - mas amiúde o sentido técnico do termo é o de um estrangeiro que vai viver mais ou menos permanentemente em israel, colocando-se sob a proteção do Senhor, e obtendo, por isso, certos direitos e privilégios (Js 8.33). Deve participar do descanso sabático (Êx 20.10), e não deve ser maltratado (Lv 19.33) - mas não se exigia que ele de um modo estrito observasse as leis referentes à dieta (Dt 14.21). Este estrangeiro especial serve para ilustrar a relação do crente com Deus, visto como, não tendo direitos em relação ao seu Criador, é-lhe permitido, contudo, gozar de certos privilégios (Sl 39.12). Todo estrangeiro que ia fixar a sua residência entre os hebreus era tratado com amabilidade (Êx 22.21 - 23.9 - Lv 19.33, 34 - 23.22 - Dt 14.29 - 16.10, 11 - 24.19) - e em muitas coisas tinha os mesmos direitos que os verdadeiros filhos de Jacó (Êx 12.49 - Lv 24.22 - Nm 15.15 - 35.15). Com certeza não lhes era permitido ofender as suscetibilidades religiosas do povo hebreu.