Hebraico: que tem o aposento O eunuco etíope, que estava ‘sobre os tesouros’ da Rainha Candace, e a quem Filipe pregou, obviamente era prosélito judeu, circunciso. (At 8:27-39) De modo que não era encarado como gentio, e por isso não precedeu a Cornélio como primeiro gentio incircunciso convertido ao cristianismo. (At 10) Para o etíope poder adorar no templo em Jerusalém, ele deve ter sido convertido à religião judaica e circuncidado. (Êx 12:48, 49; Le 24:22) Visto que a Lei mosaica proibia a entrada de pessoas castradas na congregação de Israel (De 23:1), é evidente que o etíope não era eunuco em sentido carnal. A palavra hebraica para “eunuco” (sa·rís), em sentido amplo e especial, também significava oficial, como em Gênesis 39:1, onde um oficial de Faraó, Potifar, homem casado, é chamado sa·rís. Se o oficial etíope tivesse sido eunuco em sentido real, não teria sido prosélito e Filipe não o teria batizado, visto que ainda não se começara a levar as boas novas aos gentios incircuncisos. A Etiópia (Cus) é uma das terras às quais os exilados judeus foram espalhados após a conquista babilônica de Judá. (Is 11:11) Portanto, este oficial etíope talvez estivesse em contato com pessoas judaicas na sua região, ou talvez no Egito, onde moravam muitos judeus. Sua cópia do rolo de Isaías provavelmente era da Septuaginta grega, originalmente feita em Alexandria, no Egito. Visto que o reino etíope ficara parcialmente helenizado, a partir do tempo de Ptolomeu II (308-246 AEC), não era incomum que este oficial soubesse ler a língua grega. Tornar-se ele prosélito judeu, e sua subseqüente conversão ao cristianismo, cumpriam o Salmo 68:31.