Contrato de Casamento Bíblico?
Diferente de tudo que se pode imaginar, um Contrato de Casamento na Bíblia era, geralmente, feito por terceiros - pai do noivo, seu irmão mais velho, tio, ou algum amigo muito chegado, e só excepcionalmente pela mãe (Gn 21.21; 24.38; 34.8).
Em alguns casos o próprio filho fazia a sua escolha, ficando, porém, com terceiros as negociações (Gn 34.4). Estas consistiam nas consultas quanto ao destino dos bens por força do enlace que não poderiam enfraquecer a tribo nem expor a moça ao desamparo (Nm 36).
O valor do Dote do Casamento
Junto a negoçiação firmava-se o pagamento pela virgem. O noivo obviamente calçava a decisão matrimonial ainda antes do desposo. O dote que o noivo havia de pagar ao pai da moça era meio que uma espécie de dádiva que compensava a perda da filha.
A Bíblia registra valores que oscilava entre 30 e 50 ciclos e selava o contrato matrimonial, mas podia ser efetuado também em forma de trabalho, como no caso de Jacó (Gn 29.15-20, 34.12; Ex 2.17; I Sm 18.25; Gn 24.2-53). O dote da concubina era o preço da compra (no caso de serva ou escrava).
Casamentos Proibidos na Bíblia
Os casamentos consanguíneos entre os hebreus eram proibidos (Lv 18.1-18), embora fossem comuns entre os caldeus (Gn 20.12), os egípcios, os persas e outras nações orientais.
Sabemos que nos dias de Esdras e Neemias, houve forte repulsa ao casamento misto no período pós-exílio (Esdras 9-10; Neemias 13). A orientação era de que judeus que tivessem esposas gentílicas, as despedissem, as deixassem ir.
Esse problema se tornou comum desde os primeiros anos de Israel em Canaã. Dito isso, mesmo depois de Deus deixar muito claro que o casamento misto era algo reprovável, os filhos de Israel não só se casaram, mas perverteram o coração em decorrência do matrimônio adquirido:
“Não se casem com pessoas dessas nações. Não deem suas filhas aos filhos delas, nem tomem as filhas delas para os seus filhos” (Deuteronômio 7:3).
“Pois elas desviariam seus filhos de seguir-me para servir a outros deuses e, por causa disso, a ira do Senhor se acenderia contra vocês e rapidamente os destruiria” (Deuteronômio 7:4; cf. Êxodo 34:11-16).
Sempre os filhos de Israel se viam tombados diante de situações assim. Balaão incentivou Balaque a corromper Israel através do casamento misto. Mulheres moabitas infiltraram-se entre os filhos de Israel (Números 25:1-9) com o fim de corromper-lhes o coração... e conseguiram.
Esse planejamento sempre foi mordaz e efetivo. Funcionou em todas as épocas, como nos casos de Sansão, por exemplo, a despeito de ser herói do povo de Israel, teve sua vida arruinada por causa de seu envolvimento com mulheres estrangeiras (Juízes 16).
Casamentos Proibidos no Novo Testamento
Voltado a preponderante ideia do AT, o Apostolo Paulo, mostra de forma explicita que o servo de Deus deve casar-se, em suma com alguém que compartilhe mesmos princípios, fé e objetivos, quer na vida e, principalmente, no Reino dos Céus.
“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?” (2Co 6.14)
“Porém, se o marido não-cristão ou a esposa não-cristã quiser o divórcio, então que se divorcie. Nesses casos o marido cristão ou a esposa cristã está livre para fazer como quiser, pois Deus chamou vocês para viverem em paz.” (1Co 7.15)
“A mulher não está livre enquanto o seu marido estiver vivo. Caso o marido morra, ela fica livre para casar com quem quiser, contanto que case com um cristão.” (1Co 7.39)
Essa preocupação Paulina parece ter se desenvolvido mais, a partir de sua estada na Acaia, especificamente na cidade de Corinto. Talvez pelo fato de ter permanecido 18 meses com os cristãos da cidade, tempo suficiente para descobrir que uniões mistas, tendem a fracassar.
Jesus Cristo não aprova o Divorcio embora possa soar permissível que em casos onde a abandono do lar por motivos de fé, o divórcio é uma opção para o crente, mas só se a parte incrédula quiser a separação (1 Coríntios 7:15).
O casamento constitui-se de entregas, percas, resiliência, características tipicas de pessoas que sobrevivem o amor de Deus e permite que ele forje na relação matrimonial o mais sólido manifesto de amor, cuidado e afeição.