Instrumento usado para trancar ou destrancar portas e portões. O termo “chave” é usado na Bíblia tanto literalmente como de modo figurado. A chave dos tempos bíblicos freqüentemente era uma peça chata de madeira, com pinos que correspondiam aos buracos na lingüeta dentro da porta dum lar. Essa chave servia para empurrar a lingüeta ou o ferrolho dentro da porta, em vez de girar na fechadura, assim como faz a chave moderna. A chave era freqüentemente carregada no cinto, ou era presa a outro objeto e carregada sobre o ombro. — Is 22:22.
==== CHAVE. Ver também sobre Chaves. No hebraico, maphteach, “abridor”. Esse termo figura por três vezes (Jz 3.25; Is 22.22 e lCr 9.27 nesta última referência, o termo é traduzido pelo verbo “abrir”). No grego, kle- ís, vocábulo que aparece por dezesseis vezes (Mt 6.6; 23.14; 25.10; Lc 4.25; 11.7; Jo 20.19,26; At 5.23; 21.30; lJo 3.17; Ap 3.7,8; 11.6; 20.3; 21.25). A chave movimentava o pino da fechadura ou da trave. A chave é um instrumento que, na antiguidade, usualmen- te era feito de madeira, embora também houvesse chaves de metal. Geralmente, as chaves antigas eram volumosas. Com frequência era levada ao ombro, como símbolo de autoridade (Is 22.22; Ap 3.7). Sempre é um símbolo de autoridade, nas Escrituras, indicando o direito de realizar alguma tarefa ou de exercer algum ofício. No sentido espiritual, Cristo é quem leva as chaves (Ap 1.8). Há anjos que têm uma autoridade representada por alguma chave, como aquele que tem a chave do abismo ou hades (Ap 9.1 e 20.1). As chaves estão associadas ao conhecimento e à interpretação, como se segredos, instruções e informações fossem guardados sob autoridade, mas pudessem ser abertos pelos ministros autorizados (Lc 11.52). Aos apóstolos foram confiadas as “chaves do reino", visto que lhes foram dados o poder e a autoridade para abrirem o novo caminho espiritual, anunciando ao mundo a mensagem de Jesus (Mt 16.18,19). As portas da igreja foram abertas por Pedro, no dia de Pente- costc (At 2) e em Cesareia (At 10), e por Paulo e Barnabé, na Ásia Menor (At 34.27). O simbolismo da chave é apropriado porque os povos antigos imaginavam as dimensões espirituais guardadas por portas que só poderiam ser abertas por deuses ou por anjos. As regiões inferiores, como o hades, estariam sob a autoridade de forças demoníacas. Várias forças espirituais, divinas, ou demoníacas, eram retratadas nas culturas antigas como dotadas de chaves espirituais e metafísicas, como Shamash, entre os babilônios, Dike, entre os gregos, Jânus, entre os romanos, Aion-Cronos, no mitraísmo, Hélios, no período neoplatônico etc. Nadu era uma divindade babilônica que guardava o mundo inferior. Além desses, temos Plutâo, Aiacos, Persefone e Selena-Hecate, que seriam autoridades existentes no hades, além de ísis, das religiões misteriosas. Brandir uma chave eqüivalia a ter recebido autoridade e uma missão. Dar uma chave a alguém simbolizava conferir- lhe poder ou missão especiais.