Todo o israelita, rico ou pobre, que tivesse chegado aos vinte anos, ou já passado essa idade, devia pagar na casa do sagrado tesouro, quando se fazia o recenseamento da população, a metade de um siclo, como oferta ao Senhor (Êx 30.13 a 15). os cambistas que Jesus expulsou do templo (Mt 21.12 - Mc 11.15 - Jo 2.15) eram aqueles negociantes que forneciam os meios ciclos, pelo qual podiam exigir um certo ágio, aos judeus de todas as partes do mundo, que, vindo a Jerusalém durante as grandes festividades, tinham de pagar o seu tributo ou o dinheiro do resgate em moeda hebraica. Também se recorria a esses cambistas para fins gerais do câmbio.

=== CÂMBIO, CAMBISTAS No grego temos três palavras que precisam ser consideradas quanto a essa questão: 1. Kermatistés, derivada de kerma, um pedaço de cobre. Essa palavra ocorre exclusivamente em João 2.14. 2. Kollubistés, "cambista”, que é usada em Mateus 21.12; Marcos 11.15 e João 2.15. 3. Trapezeiles, “mesários” (que nossa versão portuguesa traduz por “banqueiros"), que ocorre somente em Mateus 25.27. A profissão dos cambistas era bastante comum nos dias do Novo Testamento. Nos centros mercantis, bem como no templo de Jerusalém, sempre havia a necessidade de cambiar a moeda corrente em um país por outra. Para Jerusalém convergia dinheiro de muitas procedências. Judeus da dispersão visitavam a cidade, trazendo moeda estrangeira. A taxa do templo, porém, precisava ser paga com dinheiro judaico, e isso criava um intenso comércio cambista. Além disso, havia o problema de trocar dinheiro mais graúdo por dinheiro mais miúdo. Os cambistas lucravam cobrando uma taxa por seu serviço, e, naturalmente, também havia muita desonestidade nesse processo. Contra essa desonestidade foi que Jesus lançou o seu protesto. Outrossim, ele nào concordava com o fato do recinto do templo tornar-se o local para tal comércio, em detrimento dos reais propósitos daquele logradouro. Jesus virou as mesas dos ladrões. (Ver Mt 21.12,13; Mc 11.15-17; Jo 2.13-16). Todo israelita, sem importar se rico ou pobre, tinha a obrigação de pagar uma taxa ao tesouro sagrado (Êx 30.13-15). Essa taxa precisava ser paga com uma moeda judaica específica. Os registros antigos mostram que os cambistas conseguiam altas faturas com suas desonestas manipulações, ao ponto de serem contados entre os ricos. Naturalmente, na área do templo efetuavam-se outros negócios, além do câmbio de moedas. E parece que a mesma casta dos cambistas também se envolvia nesses outros negócios. E havia mais comércio, mais engano, mais desonestidade. O termo grego trapezeítes, usado somente em Mateus 25.27, é uma palavra geral para indicar cambista ou banqueiro. Esse termo incluía o negócio do empréstimo a juros. Onde quer que o dinheiro seja o artigo principal, a avareza domina o ambiente. Ver o artigo separado sobre o Dinheiro, que é uma das raízes de todos os males. Mas outros pensam que a falta de dinheiro é a raiz de todos os males! (I HA UN)