Dentre os ingredientes usados na preparação do óleo de santa unção havia o “cálamo fragrante”, com referência ao cheiro. (Êx 30:22-25) O Cântico de Salomão (4:14) inclui o “cálamo” entre outras especiarias odoríferas. Jeová, por meio do seu profeta Isaías (43:24), repreendeu os israelitas pecaminosos por ‘não terem comprado’ (hebr.: qa·ní·tha) para o serviço no seu templo nenhuma “cana [doce]” (qa·néh), fazendo assim um trocadilho em hebraico. Jeremias (6:20) refere-se à cana recebida “desde a terra longínqua”, ao passo que Ezequiel (27:3, 19) inclui o cálamo entre os produtos negociados pela rica Tiro.

==== CÁLAMO No hebraico, qaneh, “cana”. É uma cana aromática que atinge cerca de sessenta centímetros de altura, com um colmo com juntas e gomos, que contém um cerne mole. É desse cerne mole que o aroma ou sabor se deriva. Enquanto vai crescendo, o cálamo enche o ar de fragrância suave. Quando o cerne mole é devidamente preparado, torna-se um ingrediente para perfumes doces e fortes. Várias espécies existem, e a planta é comum na Síria, no Egito, na Judeia, em Sumatra e em outros lugares. Fazia parte do comércio tírio com os gregos (Ez 47.19), e era um ingrediente usado no perfume sagrado dos judeus (Êx 30.23). (G S)

CÁLAMO AROMÁTICO No hebraico o sentido é cana aromática, palavra também encontrada em Êxodo 30.23; Ezequiel 27.19 e Cantares 4.14. Trata-se do Andropogon aromático, uma grama que solta um forte odor quando amassada, mas que não deve ser confundida com a cana-de-açúcar. É alimento de vacas e ovelhas, mas isso faz com que a carne e o leite desses animas fiquem tintos. Também é chamada grama de gengibre, devido ao seu gosto acre. Provavelmente era importada pelos palestinos, por meio dos árabes. Alguns supõem que a rainha de Sabá trouxe esse cálamo aromático a Salomão, isto é, a “especiaria" mencionada em IReis 10.10, sendo isso uma possibilidade muito exeqüível, porquanto o cálamo aromático dava em abundância na Etiópia. (Z)