Arquitetura na Bíblia
A arquitetura é a arte ou ciência da construção. O termo “arquiteto” vem do grego architékton, formado por archi siginificando: "chefe", com cékton, signficando “construtor”, ou seja, o primeiro construtor, chefe-construtor.
Portanto, a arquitetura é a construção de estruturas gerais e edificações que um chefe construtor realiza. A Bíblia mostra uma diversidade de moradias e de hábitos de vida logo cedo na história humana, nos 1.656 anos antes do Dilúvio dos dias de Noé.
Caim, após assassinar Abel, é mencionado como ‘indo morar’ em certa região, e ali passando a “construir uma cidade”. (Gên 4:16, 17) No entanto, um dos seus descendentes, Jabal, tornou-se “o fundador dos que moram em tendas e têm gado”.
Arquitetura antediluviana
Outro tornou-se “forjador de toda sorte de ferramenta de cobre e de ferro”. (Gên 4:20, 22) Os descendentes de Caim pereceram pelo menos por ocasião do Dilúvio; todavia, a habilidade construtora e o uso de ferramentas não pereceu com eles.
A obra de construção mais notável daquele período antediluviano foi realizada por descendentes de Sete: a arca construída por Noé e seus filhos. Embora os planos e as dimensões básicos fossem providos por Deus, sem dúvida, alguma habilidade construtora deve ser atribuída a Noé, como mestre-de-obras humano.
Arquitetura diluviana
A arca tinha 300 côvados de comprimento, 50 côvados de largura e 30 côvados de altura (133,5 m × 22,3 m × 13,4 m). Pode ter tido uns 0,9 ha de espaço útil.
Os três pavimentos, além do amplo vão do teto, provavelmente exigiam, em adição às divisões em “compartimentos”, o uso de algumas colunas e vigas de madeira para sustentar o peso, bem como para dar à estrutura a necessária estabilidade.
Embora a arca fosse calafetada com alcatrão, haveria também necessidade de encaixar com cuidado o madeiramento para garantir uma construção que fosse razoavelmente à prova de água. — Gên 6:13-16
Arquitetura dos tempos bíblicos
A beleza arquitetural, conhecida e exemplificada através dos hebreus, era tomada por empréstimo principalmente dos egípcios, babilônios, assírios, fenícios, gregos e romanos.
Ao deixarem o Egito, levaram consigo conceitos arquiteturais egípcios. Entrando na Palestina, adotaram o que ali encontraram, porque o que ali existia era adaptado ao clima palestino, e os materiais de construção disponíveis não incentivavam qualquer inovação.
No tempo dos reis começou realmente a arquitetura dos hebreus, um povo que lutava para sobreviver e não tinha tempo para fantasias e grandiosidades arquitetônicas. Porém, uma vez que a prosperidade deles começou a acentuar-se, as edificações refletiram o aprimoramento da situação.
Dos dias de Saul em diante, a arquitetura descoberta pela arqueologia consiste em maciças construções de pedra, como no caso das residências reais, que mais se assemelhavam a masmorras. Posteriormente, por haverem feito empréstimos dos estilos estrangeiros, passaram a ser construídas estruturas mais nobres entre os hebreus.
Herodes e seus sucessores mostraram-se especialmente ativos em suas obras arquitetônicas, como no caso do templo de Jerusalém (ver Lc 21.25) e o próprio templo de Jerusalém, o ponto culminante da arquitetura de Israel, incorporava muitas ideias acerca da estrutura e do material de templos que já existiam.
Outras obras eram realizadas, tais como vários edifícios em Samaria e Cesareia, bem como em cidades menores. Mas era o templo de Herodes dominava Jerusalém, no que concerne à arquitetura. De fato, era um cartão de visitas da política protecionista de Herodes ao judaísmo.
O Templo de Herodes
Começou em cerca de 19 a.C., e foi terminado após 46 anos de labor (Jo 2.20). O trecho de Marcos 13.1,2 refere-se às suas impressionantes pedras de construção. Era uma estrutura tripla, onde o átrio inferior formava um ótimo terraço, tendo no meio um átrio interior elevado em plataforma do qual erguia- se o santuário propriamente dito.
Claustros ou pórticos parecem ter rodeado o átrio exterior, uma característica grega. Cristo ensinou ali, tal como o fizeram os seus apóstolos (Jo 10.23; At 3.11 e 5.12).
A área descoberta foi transformada em uma feira para vender animais para os holocaustos e em um local de troca de moedas, para os peregrinos. Jesus objetou a esse espírito de comercialização (ver Jo 2.13-17), algo que sempre infesta os santuários religiosos.