Judá e Tamar Gn 37:1-30
A história de Judá e Tamar. É impossível! Totalmente impossível compreendermos o que está por traz dessa história sem conhecermos um pouco sobre a “Lei do Levirato”. Ver o caso de uma nora que se disfarça com o fim de ser possuída pelo sogro e suscitar dele descendente é no mínimo estranho para os padrões de hoje. No entanto, nas antigas civilizações esse gesto era comum; não esse especifico, mas o exercício levirato.
Levirato é uma palavra hebraica, na verdade mesmo o termo é yabam יבם, uma raiz primitiva de significado duvidoso, mas que transmite a idéia de cumprir o casamento conforme o levirato, cumprir a função de cunhado. Esse foi um costume observado entre alguns povos, que obriga um homem a casar-se com a viúva de seu irmão quando este não deixa descendência masculina.
Outro ponto a ser observado é que o motivo dessa união é dar gênese , não a viúva semfilhos, mas ao marido morto, ou seja, seu irmão. O filho deste casamento é considerado descendente do morto. Este costume é mencionado no Antigo Testamento como uma das leis de Moisés. Temos também a palavra mais bem colocada quando se observa o vocábulo derivativo da palavra "levir", que em latim significa "cunhado".
Judá é o responsável de fazer todos os tramites legais em relação a Tamar. Ela já tinha se casado com dois de seus filhos. Primeiro ela se casou com Er, filho primogênito de Judá, àquele morreu, pois era perverso diante do Senhor. Sem deixar filhos em Tamar, Judá invoca a lei do levirato ao seu segundo filhos, Onã. Este tem a responsabilidade de suscitar a descendência de seu irmão, mas ele não faz. Pois toda vez que se unia à mulher de seu irmão, derramava o sêmen no chão para não dar descendência ao irmão. (Gn 38:9); por esse fim, Deus o matou.
Agora sem filhos, Tamar aguarda o ultimo filho de Judá, o seu caçula Selá. Ele ainda precisa completar os seus dias de vida adulta para tê-lo como marido. Estudiosos colocam esse prazo não mais que um ano, embora não podemos dizer com certeza. Um jovem em Israel já passa figurar na vida adulta a partir de seus 13 anos, quando realiza a cerimonia da Mitzvá. A questão é que Judá omite a Selá tal responsabilidade e deixar Tamar sem respostas.
Tamar passa a ser mau vista por Judá, que não consegue ver a maldade de seus filhos e de forma supersticiosa, culpou-a por todo o ocorrido, como uma esposa que trazia o infortúnio. Tamar não quer carregar tal culpa; então ela se cobre disfarçando entre as mulheres de Timnate e vai ao encontro de Judá, seu sogro, e deita-se com ele. Tamar é ousada e realiza uma artimanha para compensar a injustiça de Judá e por fim construir sua família.
É claro que Judá não sabe que é Tamar; ele mesmo a julga por prostituta, pois o seu rosto estava coberto. Eles acertam o preço do prazer, enquanto Judá deixa o selo com a corda e o cajado que está em tua mão como garantia de que enviarás o pagamento, no entanto, nesse ínterim, Tamar foge, Judá não mais a verá, pelo menos não até o dia em que Judá ira julga-la pela gravidez fornicaria .
Judá ao menos conversou com Tamar enquanto a arrastavam para fora da tenda com o fim de lhe queimarem viva. Foi então que ela se justificou: “Eu engravidei do homem a quem pertencem estas coisas. E disse mais: Peço-te que reconheças de quem são o selo com o cordão e o cajado”. (Gn 38:25). Notificado da situação, uma fração de nobresa surge em Judá que a considera mais justa do que ele. Ele nunca mais a possui novamente, e Judá suscita nela sua própria descendência, Perez e Zerá, frutos de uma gravidez Gêmea.