Alexandria: Sua importância, história e influência na Bíblia

A cidade de Alexandria no Egito foi edificada sobre o delta do rio Nilo, e fundada por Alexandre Magno, rei da Macedônia, 332 a.C.. A ideia seria de que Alexandria se tornasse a metrópole do seu império ocidental. Desde o princípio, Alexandria contou com uma população miscigenada, como é de costume em toda capital.

A cidade dividia-se em três grandes bairros, e um deles – chamava-se a região dos judeus - pois eles ocupavam um de seus três bairros em que se dividia a cidade. Depois da tomada de Jerusalém, o novo mandatário, chamado Ptolomeu I, removeu um considerável número dos seus cidadãos para Alexandria.

Como os judeus foram para Alexandria?

O nome de Alexandria no hebraico אֲלֶכְסַנְדְּרִיָּא tem o mesmo sentido de nome Alexandre e seu significado é: “defensor do homem”. A cidade passou gozar de tanta influência e desenvolvimento que muitos outros judeus, por sua própria vontade, os seguiram, e com estas e outras imigrações foi a colônia judaica rapidamente aumentada.

Mais tarde, quando a cidade de Alexandria caiu sob o domínio de Roma, Júlio César e Augusto confirmaram os privilégios de que os israelitas gozavam antes daquele acontecimento. Eles eram representados por um funcionário seu, e Augusto estabeleceu um Conselho ‘para superintender nos negócios dos judeus’, segundo as próprias leis judaicas.

A Igreja Judaica de Alexandria

Por algum tempo a igreja judaica em Alexandria conservou-se numa estreita dependência da de Jerusalém, reconhecendo ambas o sumo sacerdote como seu chefe religioso – mais tarde, porém, separaram-se.

A versão do A.T. em grego (conhecida como dos Setenta, pelo fato de terem sido os tradutores setenta judeus de Alexandria), fortaleceu a barreira de linguagem entre a Palestina e o Egito – e o templo de Leontápolis (161 a.C.), que sujeitava os judeus do Egito às despesas provenientes do cisma, alargou mais a ruptura na família israelita.

Marcos vai ao Egito e estabelece a Igreja Cristã em Alexandria

Todavia, no princípio da era cristã, os judeus do Egito contribuíram ainda para o serviço do templo de Jerusalém, que apesar de tudo era a cidade santa e a cidade-mãe da raça judaica. Segundo Eusébio, foi Marcos quem primeiramente pregou o Evangelho no Egito e fundou a primeira igreja de Alexandria. Pelo fim do segundo século era Alexandria um importante centro de influência e instrução cristãs.

A sua escola de catequização era altamente distinta. O mais antigo dos seus mestres, mencionado pelo historiador Eusébio, foi Panteno, cerca do ano 180. Clemente e Orígenes foram os mais famosos dos seus sucessores, embora Ário, o autor da heresia ariana, também tivesse sido, segundo Teodoreto, um dos principais doutrinadores. As referências do Novo Testamento a Alexandria acham-se em At 6.9 – 18.24 – 27.6 e 28.11.

Teófilo de Alexandria

Teófilo foi possivelmente um alto funcionário do império romano em Alexandria; ele teria influenciado, mas possibilitar que Lucas tivesse o necessário para produzir às duas biografias: Evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos. O significado do prólogo com seu endereço introdutório a Teófilo reside no fato de que tudo o que Lucas disse no prólogo de seu evangelho (Lucas 1:1-5) se aplica com igual força aqui, sendo Atos, de fato, o livro conclusivo em um trabalho em dois volumes.

Ambos dirigidos à mesma pessoa, ambos produzidos com a mais meticulosa precisão, e ambos baseados em relatos de testemunhas oculares. O tratado anterior eu fiz, ó Teófilo, sobre tudo o que Jesus começou a fazer e a ensinar. (Atos 1:1) O tratado anterior ... refere-se ao Evangelho de Lucas.

discute-se também que Teófilo como nome próprio tem o significado de "alguém que ama a Deus", mas não há razão válida para entendê-lo como outra coisa senão o nome pessoal do amigo de Lucas a quem ele dirigiu tanto o Evangelho quanto Atos. Como disse Bruce, "Teófilo era um nome pessoal perfeitamente comum, sendo usado a partir do século III aC".

A respeito de tudo o que Jesus... Esta não é uma afirmação de que Lucas registrou "tudo" que Jesus fez e ensinou, mas tem o significado de que "tudo" que Lucas escreveu dizia respeito a essas coisas. Uma verdade básica evidente em todos os evangelhos sagrados é que as coisas escritas a respeito de Jesus registraram apenas uma pequena fração de suas poderosas obras e ensinamentos, sendo isso poderosamente declarado por João (Jo 21:25).

Alexandria: Método de Interpretação Bíblica

Desde os primeiros séculos da era cristã, algumas escolas duelaram no que se refere ao método de interpretação Bíblica. E nesse caso, temos que concordar que a escola de Alexandria é o centro mais antigo das ciências sagradas na história do cristianismo.

Profundamente influenciada pelo pensamento helênico, o meio em que se desenvolveu lhe imprimiu traços característicos: interesse pela investigação metafísica do conteúdo da fé, preferência pela filosofia de Platão e a investigação alegórica das Sagradas Escrituras.

O chamado método alegórico - que já havia sido utilizado pelos filósofos gregos na interpretação dos mitos e fábulas - foi utilizado ainda pela comunidade judaica e depois pelos cristãos. Segundo Fílon, o sentido literal da Sagrada Escritura é tão somente o que a sombra é em relação ao corpo.

Desta forma, o sentido literal; isto é, o deixado pelo autor, parece perder relevância a medida que se adota o método alegórico; visto que ser considerado o mais autentico dos métodos interpretativos. A autentica verdade está no sentido alegórico - que é considerado mais profundo.

Alguns que defendem esse método preferem crer que a interpretação literal é indigna de Deus. Os mesmos pensadores encontraram nos escritos paulinos a colaboração da aplicabilidade alegórica na interpretação do Antigo Testamento. Os membros da Escola de Alexandria contou com valiosa colaboração de famosos alunos e professores: Clemente, Origines, Dionisio, Atanásio e etc.