Qual o significado de Amor Ágape na Bíblia?
Ágape é uma das quatro formas linguísticas de enxergar o amor no universo gramatical grego; na verdade, os pais apostólicos usaram Ágape como sendo a forma de retratar o "amor de Deus" desde que a palavra foi enxertada na Bíblia sagrada com a versão da Septuaginta no terceiro século antes de Cristo.
A palavra foi usada de maneiras diferentes por uma variedade de fontes contemporâneas e antigas, incluindo os escritores da Bíblia, e chama a atenção, pois outras palavras podem ser entendidas como amor no universo semântico vindo do entendimento linguístico/gramatical indo-europeu e sânscrito. Veja melhor o que significa etimologicamente amor ágape na Bíblia:
αγαπη - Ágape
Ágape é uma expressão vinda do grego ""αγάπη"" transliterado para o latim como "ágape"; uma das diversas palavras gregas para o amor; as outras são: Amor Philia (φίλος), Amor Storge (στοργή) e Amor Eros (ἔρως).
Ágape é um amor fraterno, de irmão, afeição, boa vontade, amor, benevolência; banquetes de amor... e dentro desse conceito de definição, podemos perguntar: "Qual a diferença dos demais tipos do amor? Simples. Ágape traz profundo vinculo de incondicionalidade, diferente dos outros termos entendidos pelo amor.
Ágape é o amor divino?
Temos o frequente costume de associar o ágape ao amor de Deus; então, não raro, escutamos que αγαπη - Ágape representava o amor divino, por estar ligado a incondicionalidade ou auto-sacrifício ativo, pela vontade e pelo pensamento.
No entanto, embora, sim, pudermos ligar o amor Ágape como forma a ser praticado por humanos inspirados por esse sentimento, sabemos que sempre em grau bem inferior, obviamente, em função da imperfeição e limitações humanas; obviamente ninguém o conseguiria desenvolvê-lo no seu perfeito estado.
Quando surgiu o amor ágape na Bíblia?
Ágape e o verbo agapáo são usados extensivamente na Septuaginta com transliteração do termo em hebraico como "afeição" servindo para designar a família e amigos com afinidades para fazer tarefas em que não haja envolvimento de sexo a atividades românticas.
Alguns termos do hebraico podem ter o sentido traduzido de "afeição", tal como מחמל machmal; mas está expressão, no sentido de ser objeto de compaixão ou pena, coisa de dar pena; isto é, objeto de profunda afeição.
Sobretudo, é bem provável que αγαπη - Ágape se encaixe melhor como opção à palavra do termo hebraico רחם racham; uma raiz primitiva significando: amar, amar profundamente, ter misericórdia, ser compassivo, ter afeição terna, ter compaixão, no sentido referindo-se a Deus.
Alguns hebraístas acreditam que esse termo pode ter surgido na septuaginta, não por conta das palavras do hebraico já mencionadas, mas pela similaridade de sons consonantes da expressão hebraica ahab’ אהב; nesse caso, a escolha como sendo bem mais fonética do que semântica. Isso poderia ter sido decisivo.
Não é impossível que o conceito grego tenha se originado mesmo como a transliteração de alguma língua semita. Este uso fornece o contexto para a escolha desta palavra em preferência a outras mais comuns, como o "amor", em obras cristãs.
O amor ágape no Novo Testamento
O Novo Testamento fornece um número de definições e de exemplos de ágape que geralmente expandem os usados nos textos antigos, denotando o amor entre irmãos, o amor de um esposo com as crianças, e o amor de Deus para todos os povos.
O uso cristão de ágape vem diretamente dos evangelhos. Quando perguntado qual era o maior mandamento, Jesus disse: «Amai (ágape) ao senhor vosso Deus com todo vosso coração e com toda vossa alma e com toda vossa mente. Este é o primeiro e maior de todos os mandamentos. E o segundo é: Amai (ágape) vosso próximo como a vós mesmos. Toda a lei e os Profetas residem nestes dois mandamentos» (Mateus 22:37-41).
No Sermão da Montanha Jesus diz: "Ouvistes dizer: 'amarás (ágape) teu irmão e odiarás teu inimigo', mas eu vos digo: amai (ágape) vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, e orai por aqueles que vos perseguem e maltratam, pois deste modo sereis filhos de vosso Pai nos céus, aquele que faz com que o sol se levante sobre o mau e sobre o bom, e faz chover sobre o justo e sobre o injusto. Se amais apenas aqueles que vos amam, que recompensa tereis?"
Os escritores Cristãos descreveram geralmente o ágape, como exposto por Jesus, como uma expressão do amor que é incondicional e voluntário, isto é, não discrimina, não tem nenhuma pré-condição, e é algo que se decide fazer voluntariamente.
Paulo usa o termo ágape em 1Co 13
O Apóstolo Paulo descreve o amor como segue: "O amor (ágape) é paciente, o amor é amável. Sem inveja, ele não tem ostentação, ele não é orgulhoso. Não é rude, ele não é interessado, ele não se irrita facilmente, ele não mantém nenhum registro dos erros. O amor não se deleita com o mal, mas rejubila com a verdade. Protege sempre, confia sempre, sempre tem esperança, sempre persevera. O amor nunca falha.» (I Coríntios 13:4-8).
O ágape foi explanado por muitos escritores Cristãos em um contexto especificamente Cristão. Considerando todas as suas variações, seja como substantivo, adjetivo ou verbo, o termo ágape aparece mais de trezentas vezes no Novo Testamento. Thomas Jay Oord definiu o ágape como "uma resposta intencional para promover o bem-estar em resposta a quem gerou um mal-estar."