Deus anuncia a destruição dos egípcios Êx 14: 1-14
Deus anuncia a destruição dos egípcios. Um novo plano foi anunciado a Moisés, era uma nova rota a ser tomada. Como eles estão acampados em Etã e precisam voltar para Pi-Hairote, entre Mgdol e o mar vermelho, a rota faz parte de uma estratégia para enganar a Faraó. Pi-Hairote quer dizer “lugar onde cresce caniço”, o mesmo que "Lugar de Juncos", logo próximo do mar, de onde o nome do Eterno será mais uma vez exaltado diante de Faraó. É uma rota estranha, visto que se localiza a uns 32 quilômetros de Ramassés, onde Israel estava.
Essa seria a quarta parada do êxodo judaico antes da destruição dos egípcios. Foi aqui onde o povo de Israel acampou antes de atravessar o mar Vermelho. Mais uma vez o coração de faraó soa no texto sagrado. Já abordamos esse tema algumas vezes. Faraó endurece o seu próprio coração por dez vezes: (7:13; 14:22; 8:15, 19,32; 9:7,34; 35: 13,15). Diferente de agora, onde Deus o faz endurecer, ao todo são mais dez vezes: (4:21; 7:3,; 9:12; 10:1,20,27; 11:10; 14:4,8,17).
Então, o faraó aprontou o seu carro e levou consigo suas tropas. Levou também seiscentos carros de elite junto com todos os carros do Egito, cada um com seu capitão. Êx 14: 6-7
Enquanto faraó arregimenta suas tropas, os hebreus seguem de punhos erguidos. O afoito preparo dos israelitas é totalmente momentâneo, uma vez contrastado pelo temor exibido quando perceberam a força perseguidora: “Então os israelitas ficaram apavorados e clamaram ao SENHOR.” (V. 10).
Como eram os carros de faraó?
Os carros de faraó eram carros de guerra com tração animal geralmente conduzido por três homens nessa lógica: um homem guiava e os outros dois guerreavam. Os carros de guerra eram utilizados tanto durante guerras quanto em eventos pacíficos. No entanto, a proposta de faraó era exibir sua arregimentação militar e força bélica. Levaram-se séculos para vencer guerras onde o opositor levava carros de guerra para as batalhas.
Mesmo muitos séculos depois, os carros de guerras figuram como sendo força máxima em batalhas. Era a forma de faraó dizer ainda manter o domínio sobre os hebreus. Bem adiante! No tempo da Roma Antiga e em outros países do Antigo Mediterrâneo, o carro de guerra movido por dois cavalos era chamado biga, por três de triga e por quatro de quadriga. A murmuração de Israel
Não bastaram alguns dias para que a murmuração entrasse entre os hebreus para não mais sair. Bastou avistar os exércitos de faraó que tudo desmoronou. Moisés não quer ver, mas tudo leva a crer que ele tira Israel do Egito, mas não tira o Egito de Israel:
Por acaso não foi isto que te dissemos no Egito: Deixa-nos servir os egípcios? Pois teria sido melhor servir os egípcios do que morrer no deserto. Êx 14:12
Moisés faz o seu papel de estadista e acalma o povo encurralado entre o mar e os exércitos de faraó. A exortação de Moisés endereça o poder do Eterno; poder este visto mais de uma vez pelos hebreus enquanto escravos de Faraó. Aqui, na expectativa de silencia-los, Moisés informa ao povo a iminente e imediata destruição dos egípcios: “porque nunca mais vereis os egípcios que hoje vedes.”(V.13). Termina: “O Senhor pelejará por Vós”.
Qual o significado de "O Senhor pelejara por vós"?
O SENHOR guerreará (pelejara) por vós. Por isso, acalmai-vos. Essa é uma frase frequentemente adotada nas escrituras durante ao longo da história de Israel. (1Sm 17:47; 2Cr 14:10-11; 20:15; Sl 24:8; Zc 14:3). Uma clara forma de demonstrar o irrestrito cuidado de Deus para com o seu povo. Em sua grande parte, o termo “O SENHOR guerreará por vós” ocorre quando não há mais o que fazer, quando os recursos, sejam militares, autorais, específicos, financeiros, etc. não são capazes de proporcionar o livramento/vitória necessitada.
Deus já havia pelejado em prol de Israel, que parece não perceber, visto que é obstinado, característica que reflete o próprio coração de faraó. Eles foram bem doutrinados no Egito. Temos também que salientar o conceito guerreiro escondido na frase, que se diga de passagem, ocorre sempre antes de conflitos militares envolvendo o povo de Deus.
No mundo antigo “as guerras” eram tidas como confronto sagrado onde o nome da divindade das nações estava em jogo. Vencer uma guerra é o apoderamento de um deus em detrimento a outro. É por isso que temos por vezes os registros bíblicos colocando Javé como “Deus dos Exércitos” e “Senhor dos Exércitos”(1Sm 1:3; 17:45).
Tanto isso é fato que as escrituras dão luz sobre um livro guardado pelos filhos de Israel levando o nome : “O livro das guerras do Senhor” (Nm 21:14). Aqui no êxodo o Senhor pelejou por Israel afogando os carros de faraó no mar vermelho. A teologia da guerra santa que surgiu como resultado disso encontra expressão por todo Antigo e Novo Testamento. Se anteriormente, os filhos de Israel lidavam com nações opressoras, hoje temos que lidar como as hostes da maldade:
Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Efésios 6:12