A purificação do acampamento no deserto Nm 5: 1-10

A purificação do acampamento no deserto por meio de medidas sanitárias com o fim de santificar o acampamento. A exclusão de leprosos do acampamento no deserto, como depois nas cidades e aldeias, era uma medida sanitária tomada de acordo com as regras prescritas se tornou uma pratica comum entre os mais diversos clãs e culturas; embora o texto indicar uma preservação espiritual ( a lepra é tida como um golpe, um castigo, simbolizando pecado) é preciso considerar que tais atitudes representam uma clara prevenção do contágio.

Ainda se pensa que pequenas sociedades de leprosos excluídos vivem miseravelmente em cabanas insignificantes sendo, muitos deles, mendigos, saindo às estradas para pedir esmolas, que recebem em uma tigela de madeira por pessoas caridosas. Esse público ainda hoje conta com ajuda por parte de pessoas que trazem alimentos, deixando-os a distancia. Os leprosos de hoje usam um distintivo para que as pessoas os reconheçam à primeira vista e sejam avisadas para evitá-los.

Os leprosos e impuros do tabernáculo

Nos dias das jornadas pelo deserto a lepra se tornou manifesta entre muitos israelitas, seja como forma punitiva ou circunstancial. Cumpria a Arão, o sumo-sacerdote, diagnosticar a lepra e a distingui-la de outras doenças da pele menos graves. Pessoas quando manifestavam lepra por meio de uma erupção, uma escara, uma mancha, um furúnculo, ou uma cicatriz na carne, resultante duma queimadura, eram encaminhadas a Arão com o fim do preciso diagnostico.

No caso de sair uma ferida branca tornando brancos os pelos, e a carne viva aparecer na erupção era um claro sinal que a pessoa tinha lepra e devia ser declarada impura. Os leprosos eram imediatamente afastados do convívio social; nos dias de Jesus, a exemplo, foram adotados entre os antigos judeus, uma forma de noticiar sua lepra. Eles mesmos, os leprosos, colocavam sua mão na boca e seguia clamando: "Impuro, impuro".

Os leprosos e Impureza cerimonial

A associação dos leprosos, no entanto, nesta passagem, com aqueles que estavam sujeitos apenas à impureza cerimonial, mostra que um desígnio importante no exílio temporário de tais pessoas era remover todas as impurezas que refletiam desonra sobre o caráter e residência do Eterno . E esse cuidado vigilante para manter a limpeza externa nas pessoas era tipicamente projetado para ensinar-lhes a prática da pureza moral, ou purificação de toda a imundície da carne e do espírito.

Os regulamentos feitos para assegurar a limpeza no acampamento sugerem a adoção de meios semelhantes para manter a pureza na igreja. E embora, em grandes comunidades de cristãos, muitas vezes possa ser difícil ou delicado fazer isso, a suspensão ou, em casos flagrantes de pecado, a total excomunhão do ofensor dos privilégios e da comunhão da igreja é um dever imperativo, tão necessário para a pureza moral do cristão quanto a exclusão do leproso do campo foi para a saúde física e a pureza cerimonial na igreja judaica.

A multa pelo pecado dada ao parente do agredido

Aqui são listados casos onde um homem ou mulher comete qualquer pecado e que sejam uma grave ofensa contra o Senhor; tais como dano ou injúria feita por um homem à propriedade de outro, e como é chamado de "uma transgressão contra o Senhor, "está implícito, no caso suposto, que a ofensa foi agravada por prevaricação; isto é, por um juramento falso, ou uma mentira fraudulenta em negá-lo. São pecados cometidos e é uma transgressão cometida contra Deus.

A pessoa que pecou, agora ferida pela consciência ou trazida a um senso e convicção de sua má conduta, deve confessar seu pecado. Sendo assim, nesse caso, deve haver a confissão; um reconhecimento penitencial do pecado; e depois, a restituição dos bens, ou a entrega de um equivalente, com a multa adicional de uma quinta parte, tanto como uma indenização à pessoa defraudada, quanto como uma pena infligida ao ofensor, para dissuadir outros de cometer crimes semelhantes.

Vemos aqui que a multa deve ser paga mesmo quando não há parente a recebe-la. Números 5: 8 . Nesse caso em que o homem não tem parente, ele deve pagar a multa, esta será feita ao Senhor e será do sacerdote:

Da mesma forma, pertencerão ao sacerdote todas as ofertas que os israelitas tirarem das suas coisas consagradas e levarem a ele. Enfim, as coisas consagradas de cada um serão do sacerdote; tudo que alguém lhe der será dele. Nm 5: 9-10

Nm 5:1
O SENHOR disse a Moisés:
Nm 5:2
Ordena aos israelitas que mandem todo leproso para fora do acampamento, e todo o que sofre de fluxo, e todo o que está impuro por haver tocado em um morto;
Nm 5:3
mandareis para fora tanto homem como mulher, para que não contaminem seu acampamento, no meio do qual habito.
Nm 5:4
Assim fizeram os israelitas, mandando-os para fora do acampamento; conforme o SENHOR havia falado a Moisés, assim os israelitas fizeram.
Nm 5:5
O SENHOR disse a Moisés:
Nm 5:6
Dize aos israelitas: Quando um homem ou uma mulher pecar contra o seu próximo, transgredindo os mandamentos do SENHOR, tornando-se assim culpado,
Nm 5:7
confessará o pecado que houver cometido e fará plena restituição pela sua culpa; e ainda acrescentará um quinto a essa restituição e a dará àquele contra quem houver pecado.
Nm 5:8
Mas, se esse homem não tiver um parente próximo a quem se possa fazer a restituição pela culpa, esta será feita ao SENHOR e será do sacerdote, além do carneiro da expiação com que se fizer expiação por ele.
Nm 5:9
Da mesma forma, pertencerão ao sacerdote todas as ofertas que os israelitas tirarem das suas coisas consagradas e levarem a ele.
Nm 5:10
Enfim, as coisas consagradas de cada um serão do sacerdote; tudo que alguém lhe der será dele.