A conquista e distribuição da Transjordânia Dt 3: 12-22

A conquista e distribuição da Transjordânia. A diferença literária de Deuteronômio com os demais tratados de Moisés, levam alguns poucos críticos pensarem não ser de sua autoria esse livro; aqui, no capítulo três, temos a continuação do prólogo histórico de Moisés, que é a característica principal de seu primeiro discurso. Como vimos anteriormente, registrar-se a matança de Ogue, rei de Basã, e de seu povo é recontada, com mais territórios dos dois reis derrotados sendo distribuídos entre as tribos de Rúben, Gade e a meia tribo de Manassés.

O que hoje conhecemos como Transjordânia é, na verdade a parte Leste do Jordão; o que muitas vez chamamos de “o lado oriental”. Moisés até roga para que Deus o permita entrar na Terra Prometida, mas Deus ordenou o comissionamento de Josué para liderar o povo através do Jordão; o que restou a Moisés, pelo menos aqui, foi apenas de longe, observar a Terra. É claro que todos esses assuntos são mencionados em Números, e pontuamos isso muito especificamente quando abordados pela primeira vez.

O leitor ou estudiosos das escrituras podem fazer, inclusive, uma análise comparativa dos fatos daqui com os de lá; alguns com menos detalhes, outros com mais detalhes, e é uma tarefa inútil buscar a sincronização exata desses relatos, devido à ignorância humana de muitos dos nomes de lugares, e também a um número de inferências do palestrante que foram claras o suficiente para os israelitas, mas que, aqui e ali, nos deixam um tanto no escuro.

Moisés lembrou especificamente, como que por meio de um diário narrado, que às tribos que se estabeleceram a leste do Jordão; mas que estavam solenemente obrigados a se entregar sem reservas à conquista do resto de Canaã. A derrota daqueles dois reis poderosos, Ogue e Siom, foi um evento tremendo na história israelita fazendo com que esta dupla vitória entregasse toda a Transjordânia nas mãos de Israel, protegendo sua retaguarda e seu flanco direito contra qualquer operação militar.

A distribuição da Transjordânia entre Rúben, Gade e meia de Manassés

A escolha de Rúben, Gade e parte de Manassés claro foram as pastagens ali encontradas – eles não tiveram duvidas – e ao menos, quiseram adentrar na terra, escolhendo antecipadamente o Leste do Jordão. Além disso, o valor total do gado e dos despojos de todas aquelas cidades somavam um estoque quase incrível de riqueza para Israel. Eles nunca se esqueceram dessas grandes vitórias nem dos meios pelos quais haviam vencido, não em seu próprio poder, mas no poder de Deus. George Alfred Blair nos fornece o seguinte resumo claro de como os extensos territórios de Siom e Ogue, distribuídos:

Os territórios conquistados foram atribuídos às tribos de Rúben e Gade e à meia tribo de Manassés. Rúben recebeu a metade sul do reino de Siom e Gade recebeu a metade norte; e a meia tribo de Manassés recebeu o reino de Ogue. "

Argobe foi conquistada por Jair, filho de Manassés, está foi provavelmente a sede do reino de Ogue e é descrita como tendo 60 cidades fortificadas, além de muitas cidades rurais; foi o local que Jair pegou. As últimas palavras deste capítulo parecem apontar para uma mão posterior, como a de Josué, descrevendo a conclusão da conquista. A expressão “até hoje” é caracteristicamente comum em Josué, ou nas notas editoriais inseridas ao longo daquele livro.

Maquir foi provavelmente o primeiro filho mencionado de Manassés com a sua concubina síria, ele ficou com Gileade; enquanto, como já mencionado, os rubenitas e gadidas ficaram desde Gileade até o Arnom, Arabá, fronteira do Jordão, desde Quinerete até o mar de Arába, o mar morto e as encostas orientais do Pisga.

Com referência aos nomes dos lugares, o Mar Morto é chamado de Mar do Sal, e o Lago de Genesera ou Genesaré, de Quinerete. Quanto aos “derramamentos da colina”, os tradutores não concordam; pois, alguns consideram Ashdoth-Pisgah o nome próprio de uma cidade. Calvino é de acordo, no entanto, tomar a palavra “efusão” (efusão) apelativamente, não para fontes e riachos, mas para a raiz (da colina) onde o solo por uma suave descida parece de uma maneira se derramar. Tanto é fato que pode se ver mais tarde que Pisga era um dos picos do Monte Abarim.

O monte passou a ser designado como parte do território tribal de Rubem. — De 3:16, 17; Jos 13:15, 20. Todas as vezes que o nome Pisga aparece na Bíblia, ele é qualificado pelas expressões “cume” ou “encostas” do Pisga. Por isso, é muitas vezes chamado de monte Pisga, embora não nas Escrituras.

As tribos do Leste cumpriram sua promessa?

Muitos comentaristas concluem Rúben, Gade e meia de Manassés, cumpriram em parte o prometido a Moisés. Com toda essa terra conquistada, foi razoável que eles tivessem que atuar nas duas frentes: por promessa, seguir com seus irmãos e loca-los em sua possessão, e, em simultâneo, deveriam permanecer e cuidar de todas as suas propriedades, famílias e rebanho. Sendo assim, fica uma questão: então o que eles fizeram?

Bom, o número de combatentes credenciados para essas duas tribos e meia do leste foi de 110.580 combatentes. Mas quantos apoiaram Josué? Apenas 40.000 homens realmente cruzaram o Jordão para ajudar na conquista, como pode ser visto em Josué 4:13. Isso significa que 70.580 homens não ajudaram Josué e as outras nove tribos e meia. É provável que seja esse o motivo chave do fracasso de Israel em expulsar "todos os habitantes" de Canaã.

A verdade simples é que eles não tinham forças suficientes para fazer isso, e aquele remanescente do mundo pagão que permaneceu em Canaã finalmente seduziu toda a nação de Israel e levou à sua destruição e cativeiro. Toda a negra tragédia começou bem aqui com a Ganho dessas tribos orientais, do Leste. É sempre assim quando os homens têm um grande olho sobre o que é seu benefício imediato, em vez de sobre o que é a vontade de Deus, como muito bem pontua Coffman.

Naquele tempo, tomamos posse desta terra. Dei aos rubenitas e gaditas a região desde Aroer, que fica junto do vale do Arnom, e a metade da região montanhosa de Gileade, com as suas cidades;
e dei à meia-tribo de Manassés o restante de Gileade, como também todo o Basã, o reino de Ogue, isto é, toda a região de Argobe com todo o Basã. (Este território se chamava a terra dos refains.
Jair, filho de Manassés, conquistou toda a região de Argobe, até a fronteira dos gesuritas e dos maacatitas, e chamou essa terra, incluindo Basã, pelo seu nome, Havote-Jair, e até hoje é assim.)
E a Maquir dei Gileade.
Mas aos rubenitas e gaditas dei desde Gileade até o vale do Arnom, tanto o meio do vale como a sua margem, e até o ribeiro de Jaboque, a fronteira dos amonitas;
como também a Arabá, com o Jordão por fronteira, desde Quinerete até o mar da Arabá, o mar Salgado, nas encostas orientais do Pisga.
Naquela ocasião, também vos ordenei: O SENHOR, vosso Deus, vos deu esta terra, para tomardes posse dela. Vós, todos os guerreiros, ireis armados à frente de vossos irmãos, os israelitas.
Somente vossas mulheres, vossos filhos e vosso gado, porque sei que tendes muito gado, ficarão nas cidades que já vos dei,
até que o SENHOR dê descanso a vossos irmãos, assim como deu a vós, e eles também possuam a terra que o SENHOR, vosso Deus, lhes dá do outro lado do Jordão. Então voltareis, cada um para a propriedade que já vos tenho dado.
Também dei ordem a Josué naquele tempo, dizendo: Os teus olhos viram tudo o que o SENHOR, vosso Deus, fez a esses dois reis. Assim fará o SENHOR a todos os reinos em que entrares.
Não tenhais medo deles, porque o SENHOR, vosso Deus, é quem guerreia por nós.