Qual o significado de Unigênito na Bíblia?
Unigênito significa único, somente, exclusivo. Unigênito é uma expressão do NT (neotestamentária) representada pela palavra grega mo·no·ge·nés; significando em miúdos: “único de sua espécie, ímpar”, ou “o único membro de uma parentela ou espécie”.
O termo aplicado pela LXX substitui o hebraico yachiyd יחיד, expressão que quer dizer: só, só um, solitário, um sozinho, único, simplesmente um. Essa expressão deriva de yachad יחד, no sendio de: "juntar, unir, ser juntado, ser unido". A Septuaginta; isto é, a LXX, passa usar a forma grega:
mo·no·ge·nés "um somoente, único de sua espécie, ímpar"!
Jesus, o unigênito filho de Deus
O apóstolo João repetidas vezes descreve o Senhor Jesus Cristo como o Filho unigênito de Deus. Fato observavel em Jo 1:14; 3:16, 18; 1Jo 4:9. Isto não se refere ao seu nascimento humano ou a ele como apenas o homem Jesus. Como o Ló·gos, ou Palavra, “este estava no princípio com o Deus”, mesmo “antes de haver o mundo”, assim como vemos em Jo 1:1, 2; 17:5, 24.
Naquele tempo, enquanto se achava em seu estado de existência pré-humana, ele é descrito como o “Filho unigênito”, a quem o Pai enviara “ao mundo”. Veja melhor 1Jo 4:9.
O Unigênito filho de Deus para divindade de Jesus
Como ser o unigênito de Deus pode apontar para sua deidade, sua divindade? O debate da natureza de Cristo, foi um tema bastante complexos nos primeiros séculos da era cristã, especialmente entre os séculos II e III, quando os concílios ecumênicos lutavam para defender-se das heresias dentro das comunidades cristãs.
Muitos anti-cristos se levantavam nesse tempo e o debate preferido era a "natureza de Jesus", tando sua divindade como humanidade. Jesus, como dificuldade era visto como alguém possuindo duas naturezas; a natureza teantrópica de Cristo; tema ainda informe na ortodoxia cristã; fato aproveitado pelos lobos infiltrados.
O unigênito de Deus é Deus de Deus, igual ao pai
Quando Jesus é chamado de “unigênito do Pai”, isso significa que Ele é exatamente da mesma essência que o Pai. Ao dizermos que Jesus é o unigênito do Pai, estamos declarando sua igualdade absoluta com Deus Pai. Dessa forma, estamos reconhecendo que Ele é verdadeiro Deus, tão eterno quanto o Pai.
Alguns levantes contra esse pensamento foram liderados, por Ario (356-336), bispo em Alexandria que não cria que Cristo era Deus; para ele "se Cristo é igual ao Pai, então ele não é seu filho, é seu irmão". Ario cria que "houve um tempo em que o filho não existia", isto é, se não existia, ele não é Deus, pois o pressuposto máximo da divindade é a eternidade: sem começo e fim!
O debate da natureza de Cristo
E não para por aí, tinha também outros que para refutar os pensamentos de Ario, complicaram ainda mais; tais como as explicações do adocetismo e do monarquianismo; estas correntes afirmavam que "Cristo nasceu totalmente homem e se divinizou no batismo" e nesse fim negavam a natureza humana de Cristo.
Uma sequência de explicações surgiam e cada uma delas pioravam o entendimento: Apolinário de Laodiceia (390-310 d.C) piorou quando disse: "o verbo se fez carne, mas não assumiu as inclinações da natureza humana".
O unigênito filho de Deus e a divindade de Cristo. Niceia e Constantinopla
Com tudo isso e outros mais, grandes homens, homens piedosos e cheios de Deus, como os pais Capadócios: Basílio de Cesareia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Níssa levantaram-se a combater o ensino apolinarianista, bem como todos os demais. Para eles, somente o que foi assumido é que pode ser redimido; portanto Cristo tem suas faculdades (Deus-Homem) intactas dentro dessa união chamada de hipostática.
Jesus é Deus de Deus: União hipostática. O Concílio de Calcedónia, em 451 [325. Éfeso 381. Calcedônia], concordava com o conceito trinitariano de Deus. Em Cristo há duas naturezas, cada uma mantendo as suas próprias propriedades, e juntas unidas numa substância e, em uma única pessoa:
Homoousios! Gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Unigênitos na Bíblia
O termo unigênito é usado para descrever a relação tanto de filhos como de filhas com seus pais. As Escrituras mencionam o “filho unigênito” de uma viúva que vivia na cidade de Naim.
Também temos na Bíblia o exemplo de outra unigênita: a “filha unigênita” de Jairo e o filho “unigênito” dum certo homem, filho este a quem Jesus curou dum demônio. (Lu 7:11, 12; 8:41, 42; 9:38)
A Septuaginta grega usa mo·no·ge·nés ao falar da filha de Jefté, a respeito de quem está escrito: “Ora, ela era absolutamente filha única. Fora dela não tinha filho nem filha.”, tal como vemos em Jz 11:34.